Destaque, de entre os filme portugueses, para Mal Viver / Viver Mal, de João Canijo, que mereceu o Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim deste ano, Astrakan 79, de Catarina Mourão, Cidade Rabat, de Susana Nobre, A Primeira Idade, de Alexander David, Rosinha e Outros Bichos do Mato, de Marta Pessoa (única estreia mundial do lote), e Índia, de Telmo Churro.
Outros destaques:
- Samsara, de Lois Patiño (Prémio do Júri na secção Encounters do festival alemão), na secção Silvestre, cuja sinopse refere que “O conceito do bardo no Budismo é o de um estado de transição, entre a morte e a reincarnação. Este filme é uma exploração desse espaço de transição, desse momento liminar de transformação. Acompanhamos primeiro um monge adolescente, em Laos, que todos os dias lê a uma mulher idosa para a preparar para a sua viagem até a um renascimento. Quando o seu espírito inicia essa jornada, juntamo-nos numa experiência de luz e som, em que o ciclo da vida é o do cinema também”;
- Here, do belga Bas Devos (Urso de Ouro na secção Encounters do festival alemão), também na secção Silvestre. Da sinopse: “Stefan é um construtor civil romeno a viver em Bruxelas e a preparar-se para quatro semanas de férias que, avisa os amigos e família, podem demorar mais tempo. Com o frigorífico esvaziado e o cansaço de noites por dormir, acaba por se cruzar com Shuxiu, uma jovem que trabalha num restaurante pequeno enquanto vai tirando um doutoramento focado no ecossistema do musgo. E é assim que duas pessoas que podiam desencontrar-se no mundo se vêem unidas pelo acaso”;
- Music, da alemã Angela Schanelec, é “Como uma tragédia grega sussurrada ao pé do ouvido. (…) Esta livre adaptação de Édipo Rei, de Sófocles, ganha contornos, cores, espaços e corpos absolutamente fascinantes. Angela Schanelec retorna ao IndieLisboa com uma proposta inventiva não só da tragédia tão encenada, mas da própria encenação cinematográfica. A partir de um acúmulo de gestos, rostos, pés e paisagens, uma mise-en-scène pós-bressoniana torna-se contraditoriamente livre e fluida. Livre das amarras narrativas por conta da história extremamente conhecida, Schanelec explora os aspectos formais e seus afetos com maestria em um jogo sensorial ao utilizar a música como partitura do sofrimento e libertação. (Lucas Camargo de Barros)” (da sinopse);
- Safe Place, do croata Juroj Lerotić, na Competição Internacional, é um “retrato duro e cru de um período tumultuoso de 24 horas que desordena a vida de uma pequena família. Damir, um homem com uma saúde mental debilitada pela depressão, tenta cometer suicídio. O irmão (protagonizado pelo realizador, naquela que é uma obra autbiográfica) e a mãe tentam agarrá-lo à vida, mas os protocolos sistémicos em que Damir é colocado, estéreis, impessoais e desprovidos de empatia, sublinham a falta de espaços realmente seguros” (da sinopse).
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