27 de março: Dia Mundial do Teatro

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Gostamos de teatro, do ambiente intimista que nos proporciona, das personagens que nos acompanham mesmo após a última cena. A mística do espaço, ao contrário do que sucede nas salas de cinema, envolve-nos, tornando-nos parte do todo que é a representação.

Rimo-nos com Dario Fo; arrepiamo-nos com a violência das palavras em «Quem tem medo de Virginia Woolf?»; ficamos presos nos diálogos de «O deus da carnificina» e nos monólogos de Tennessee Williams .

Os autos de Gil Vicente surpreendem pela atualidade. O segredo (desvelado) é o facto de tão bem captarem a imutável natureza humana; o sarcasmo de Arthur Miller faz com que nos ponhamos à prova; peças como “Fausto” de Marlowe, ou o “Rei Lear” de Shakespeare, em encenações tão diversas, atestam as possibilidades inesgotáveis do texto dramático.

Entre tantas salas e grupos importantes, destacamos o espaço do grupo «A Barraca», o Cinearte, onde o tempo se parece deter; apreciamos o Teatro Aberto, de há uns tempos a esta parte, do outro lado da Praça… Gostamos de teatro, do palco, do cheiro da sala (o da Cornucópia era muito próprio), da envolvência…Apesar dos tempos, é grato vermos diversas casas esgotadas, e sabermos que muitas das companhias com quem crescemos por cá continuam, contribuindo para o alargar de horizontes.

Pintura: “Dressing Room, Byre Theatre”, © Lorraine Scottt