A APP na comunicação social

Carmo Oliveira falou com quatro jornalistas, da TSF, do Público, do JN e do CM, no dia 15 de julho, sobre os resultados do exame nacional de Português do 12.º ano.

A professora Carmo Oliveira, em representação da APP, falou com Andreia Sanches, do Público, que publicou, no dia 16, o artigo «Ensino secundário: 42% dos alunos não conseguiram ter positiva no exame de Matemática», que pode ser consultado aqui e onde se destaca que os resultados dos alunos, a Português, conduzem a uma «ilusão», uma vez que a melhor média, no ensino secundário, em muitos anos, não corresponde a termos melhores alunos – mas a termos mais alunos a fazer a prova, que tem um sistema de classificação que  «não é fiável».

Dois excertos do artigo:

«Uma hipótese para a melhoria dos resultados médios é que, “por causa disso, de todos fazerem o exame, este ano terão prestado provas a Português também os melhores alunos” que, em anos anteriores, só faziam o exame de Português se ele fosse necessário como prova de ingresso ao curso superior pretendido. E, em muitos casos, Português não estava no leque das disciplinas requeridas pelas instituições de ensino superior a que esses estudantes pretendiam concorrer, conta. “Dou um exemplo: a minha melhor aluna a Português do ano passado, uma aluna de 20, não fez exame no ano passado. Muitos alunos que querem seguir engenharias também não fizeram.” Recorde-se que o leque de provas exigidas pelas universidades varia de curso para curso.»

«Mas as regras mudaram. E para acabar o secundário é agora preciso fazer sempre exame de Português. A docente não encontra grandes diferenças no tipo de exame que foi proposto aos alunos face a anos anteriores. E diz que ele cumpria “o expectável”. Mas confessa que não consegue considerar o facto de estarmos perante a melhor média nacional em vários anos “uma boa notícia”. Porquê?
Nos anos pré-pandemia (2017, 2018, 2019, quando as médias nacionais de Português andaram entre os 11 e os 11,8 valores), os exames eram diferentes dos actuais. “O peso das perguntas de escolha múltipla era menor [valiam 56 pontos e agora valem 91] e não havia as facultativas” — a professora refere-se ao facto de, tal como nos anos da pandemia, ter continuado a existir este ano um conjunto de perguntas obrigatórias e outro opcional, sendo que, destas, contam para a classificação final aquelas a que os alunos se saem melhor.
“Ando há anos a dizer que o peso das perguntas de escolha múltipla é excessivo. E que este sistema de classificações não é fiável. Na prova de Português deste ano, os alunos podiam ter zero no primeiro grupo de perguntas [que avalia sobretudo a capacidade de interpretação] e bastava acertar nas escolhas múltiplas todas do segundo grupo para ter logo 9,1 valores”, exemplifica.
A professora também corrige exames nacionais, 40 no total, este ano, e garante: “Os alunos estão pior, corrigi exames muito maus, corrigia dois e até tinha de ir apanhar ar.” Um dos problemas está na qualidade da escrita, “escrevem muito mal”, e isso detecta-se nas perguntas em que precisam de facto de escrever, bem como na composição que está sempre prevista no exame, mas não nas perguntas com resposta de escolha múltipla. “Este sistema de classificação está a criar uma ilusão”, a ilusão de que temos melhores alunos a Português do que os que temos.»

 

Carmo Oliveira esteve também à conversa com Alexandra Inácio, do JN, cujo artigo «Mais de 90 mil exames tiveram uma nota abaixo de dez valores» foi publicado ainda no dia 15 e pode ser lido neste linque.

No dia 15 de julho, a professora esteve a falar com Leonardo Alexandre, da TSF, no noticiário das 13 horas, sobre o mesmo tópico, e com Bernardo Esteves, do Correio da Manhã, cujo artigo «Maioria das notas do secundário descem», publicado no dia 16, pode ser lido neste linque.

 

 

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