«Existem lacunas na forma como estamos a preparar a próxima geração de professores?
Temos alguma evidência, produzida nos últimos anos, de que existem problemas na formação inicial, em termos da sua qualidade científica. Há, por exemplo, um estudo do EDULOG que demonstra esta questão [“Como estão a ser preparados os futuros professores para o ensino da leitura e da escrita”, coord. Isabel Leite e Carlinda Leite]. Falamos, nomeadamente, das referências científicas que são usadas e na quantidade de vezes que os alunos passam, de facto, os conceitos teóricos para a prática pedagógica. Neste momento em que reforçamos a formação, temos de fazer também um reforço pela qualidade. Mas há outras necessidades…
A que níveis?
Estamos a viver uma renovação geracional muito intensa nas escolas portuguesas. Temos cada vez mais professores contratados de habilitação própria a chegar às escolas. Ou seja, professores que fizeram a sua formação científica e ainda não fizeram a sua formação pedagógica. E é muito importante saber como enquadrar estes professores. Estamos a falar de pessoas que têm, muitas vezes, uma formação científica inicial, mas nunca deram aulas, nunca estiveram numa dinâmica de escola. É preciso receber estes professores e desenhar uma formação pedagógica que se adeque à realidade que enfrentam. Ou seja, que se adeque a uma realidade de professores que já estão hoje nas escolas e que estão a fazer a sua formação pedagógica ao mesmo tempo que dão aulas. É também relevante existirem mecanismos para consolidar a sua formação científica sempre que necessário.»
Pedro Freitas (2025). “Pluralidade das turmas e falta de professores são os principais desafios da escola pública”. Edulog em linha, 11 de setembro de 2025.
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