«O que o levou a explorar o universo de Pessoa através da linguagem e dos mecanismos e procedimentos teatrais do music hall? O humor e a ironia pareceram-lhe importantes como chaves para explorar uma literatura tão densa e por vezes tão metafísica?
Não devemos fazer absolutamente nada, como artistas, se não conseguirmos rir. Rir é a única razão para trabalhar. Encontrar humor, ironia, é a única razão para trabalhar. Sem isso, o trabalho artístico, seja ele qual for, é uma chatice.
Algumas imagens no espectáculo (o mar, os barcos) são bastante auto-explicativas. Outras, como os animais, são mais fugidias e misteriosas. Como apareceram?
O texto sugere-as, e elas assomam-me à cabeça quando ouço a obra de Pessoa. De alguma forma, para mim, e isto é extremamente pessoal, é o encaixe perfeito.»
Bob Wilson (2025). Bob Wilson: “Senti-me muito confortável no mundo de Fernando Pessoa”. Público em linha, 5 de março de 2025.
Nesta curta entrevista ao jornal Público, o encenador americano explica como se encontrou com o teatro de heterónimos de um dos maiores poetas do século XX. O espetáculo PESSOA — Since I’ve been me chegou esta quinta-feira a Lisboa.
Fonte da imagem aqui. Mais informação aqui e aqui, na página do encenador.