De 23 de abril a 14 de junho de 2015: D. Quixote 1605/1615 na Gulbenkian

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No duplo aniversário da publicação de O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha – 410 anos da edição da primeira parte e 400 anos da segunda –, o Museu Calouste Gulbenkian dedica um olhar particular à obra-prima de Miguel de Cervantes (1547-1616), através dos exemplares na sua coleção, assinalando desta forma o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, que se comemora a 23 de abril.
A relevância da ilustração nas escolhas de Calouste Gulbenkian, bibliófilo, é confirmada pela qualidade dos exemplares de D. Quixote que adquiriu: uma importante edição da responsabilidade do editor e livreiro de A Haia, Pieter Hondt, com temas gravados a água-forte a partir de desenhos de artistas de relevo, como Charles-Antoine Coypel, François Boucher, ou Charles-Nicolas Cochin (1746); e os dois volumes da primeira parte da obra, publicada em Paris, por Les Bibliophiles Franco-Suisses, sociedade de que Calouste Gulbenkian foi membro entre 1932 e 1951, profusamente ilustrados por Albert Decaris (1951).
A difusão da obra de Cervantes é um verdadeiro fenómeno de globalização, logo a partir da primeira edição, impressa por Juan de la Cuesta, (Madrid, 1605), com sucessivas reedições, oficiais e piratas, assim como traduções, um pouco por toda a Europa. Coube às edições ilustradas, quer de luxo quer populares, ajudar a construir e mitificar a imagem do Quixote, ao mesmo tempo que o texto viria a influenciar escritores, artistas e compositores.
Esta mostra inclui ainda uma edição ilustrada, impressa por Juan Mommarte, em Bruxelas (1662), que pertenceu ao pianista e compositor português José Vianna da Motta, e uma edição também ilustrada (1906), da biblioteca particular de Amadeo de Souza-Cardoso, ambas no acervo da Biblioteca de Arte.
Será ainda apresentado, no espaço da exposição, o documentário de Eric Rohmer “ Don Quichotte de Cervantes”, 1965 (23’).

Fonte: Fundação Calouste Gulbenkian