É no ar que ondeia tudo! É na palavra que tu existes – Oficina de escrita (@D)

AÇÃO EM CURSO Formador(es): João Pedro Aido Modalidade: Curso/ formação a distância Número de horas: 50 (25 horas síncronas; 25 horas assíncronas) Destinatários: Professores dos Grupos 200, 210, 220 e 300, 310, 320, 330 e 340 (N.º 1 do Art. 8.º e Art. 9.º do RJFCP) Datas e horários: Sábados 16, 23 e 30 de novembro de 2024, das 9h00 às 12h00; das 14h00 às 17h00; Sábado 14 de dezembro de 2024, das 9h00 às 12h00; das 14h00 às 18h00.

Registo de acreditação: CCPFC/ACC-118667/22
Área de Formação: B – Prática pedagógica e didática na docência
Custo da ação: sócia(o)s: 50€; não sócia(o)s: 100€
Número máximo de inscritos: 20 (prioridade a sócios da APP)

 


Objetivos:

A partir da discussão do estado da arte da pedagogia da escrita, da análise crítica e da prática da escrita de acordo com modelos literários, a partir de exercícios dados e da discussão coletiva de textos produzidos, procurar-se-á produzir materiais que visem:
a. conceber a escrita como uma ‘poética’, recuperando o sentido etimológico de “poiêsis”, i.e., algo que se cria, que se produz porque se tem uma certa técnica, um saber-fazer;
b. partir da experiência da leitura para passar ao estudo desses modelos e daí à produção escrita;
c. assumir juízos críticos sobre os textos lidos e as produções textuais;
d. aplicar técnicas de criatividade à produção de textos escritos;
e. escrever com determinações pré-definidas;
f. tomar consciência da necessidade de planificar, reescrever e aperfeiçoar os textos;
g. dialogar com obras do património literário nacional e universal;
h. divulgar os textos escritos de forma significativa, em espaços públicos, editando um livro ou colocando textos na Internet.

Conteúdos:

1. Estado da arte de uma ‘teoria da elaboração’ revisitada: ‘inventio’, ‘dispositio’, ‘elocutio’, ‘memoria’, ‘pronuntiatio’:

    • iv. as oficinas de escrita substituem o que resta da antiga Retórica?
      iii. algumas críticas ao papel da escola;
      ii. como garantir que a escola seja insubstituível?
      i. afinal os alunos constroem ou não o seu conhecimento?

2. A escrita, as Aprendizagens Essenciais, o PASEO e o currículo nacional do ensino básico e secundário: reflexão sobre a escrita criativa e as competências gerais, transversais e essenciais de Português.

3. Situações problemáticas e obstáculos à capacidade de produzir textos e ao domínio de técnicas de
escrita:

    • iv. 8 princípios de ensino.
      iii. 10 princípios pedagógicos para ensinar o processo da escrita;
      ii. o que diz a investigação sobre a escrita?
      i. escrever com as crianças;

4. Prática de atividades de escrita criativa: exercícios de estilo e escrita de poemas e contos:

    • i. Exercícios de estilo: o acaso, os dados; um texto em cascata; uma bola de neve; N+7; literatura definicional; completar poemas; escrever limericks; escrever 10 mil milhões de poemas; escrever um texto cada vez maior; escrever de retângulo em retângulo; escrever micro-histórias; monólogos telefónicos; conselhos absurdos para ser infeliz; diários e minutários; uma carta difícil de escrever; reescrever um texto autobiográfico à maneira de Lídia Jorge; reescrever à maneira de Queneau um episódio autobiográfico (irritante, ridículo ou divertido); fazer uma descrição num lugar público; escrever haikus; escrever à maneira surrealista…
      ii. E-portefólios;
      iii. Blogues e outras páginas;
      iv. Uma oficina do conto;
      v. Exemplos de sequências didáticas:
      – Escrever para explicar;
      – Escrever para informar;
      – Escrever para prescrever;
      – Escrever para narrar;
      – Saber escrever com conteúdo.
      vi. Leitura e discussão das sinopses propostas:
      vii. Uma lista de objetos importantes para uma personagem;
      viii. Fazer a biografia de uma personagem;
      ix. Fazer entrar a personagem numa história;
      x. Reescrever a sinopse;
      xii. Reescrever e aperfeiçoar o conto.
      xi. Escrever o conto.

5. Elaboração de materiais didáticos para os 2.º e  3.º CEB e ensino secundário.

6. Produção de materiais pedagógicos e definição de estratégias para promover o uso criativo e multifuncional da escrita.

Metodologias de realização da ação:

1. Reflexão sobre o estado da arte de uma ‘teoria da elaboração’ revisitada: da retórica clássica aos cursos de escrita criativa.
2. Diagnóstico de situações problemáticas e obstáculos à capacidade de inventar e produzir textos.
3. Discussão de propostas concretas de intervenção.
4. Prática de escrita criativa em diálogo com obras literárias e não literárias, não exclusivamente portuguesas, de diferentes épocas, e elaboração de materiais didáticos.
5. Apresentação e discussão coletiva desses materiais.
6. Experimentação dos materiais em contexto real de sala de aula.
7. Avaliação coletiva dos materiais produzidos e dos resultados alcançados.
8. Reformulação / reescrita dos materiais em função dessa avaliação.
9. Avaliação do curso de formação.

Nota: A diversidade de níveis de ensino dos professores inscritos tem permitido conhecer melhor o que fazem e como trabalham, nos diferentes ciclos, partilhando diagnósticos, sugestões, práticas e materiais.

Bibliografia fundamental

Aido, João Pedro (2012). Língua Portuguesa – Oficina de Escrita Criativa [Projeto Desafios, 8.º ano]. Santillana.
Brugnolo, Stefano, & Mozzi, Giulio (1997). Ricettario di Scrittura Creativa. Edizioni Theoria, vol. 1 & 2.
Hughes, Ted (1967). Poetry in the Making (Hélder Moura Pereira, Trad. O Fazer da Poesia. Assírio & Alvim, 2002). Faber and Faber.
Pereira, M. Luísa Álvares (2008). Escrever com as Crianças. Como Fazer Bons Leitores e Escritores. Porto Editora.
Swope, Sam (2004). I Am a Pencil (Lucília Filipe, Trad. Eu sou um Lápis. Um Professor, os Seus Alunos e o Seu Mundo de Histórias. Sinais de Fogo, 2006). Henry Holt and Company.