As Olimpíadas são um projeto iniciado na Direção-Geral da Educação (DGE), no ano letivo de 2012/2013, em parceria com o Agrupamento de Escolas (AE) Aurélia de Sousa e a Associação de Professores de Português (APP), tendo em vista incentivar o bom uso da língua portuguesa pelos alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário.
Nos anos letivos de 2012/2013 e de 2013/2014, a iniciativa teve lugar enquanto projeto-piloto, circunscrevendo-se, no 1.º ano de realização, a 5 escolas da Direção de Serviços da Região Norte, e alargando-se, no ano subsequente, a 25 escolas, distribuídas pelo território nacional.
Na 3.ª edição das Olimpíadas da Língua Portuguesa, em 2014/2015, a DGE passou a ter como entidades parceiras o Plano Nacional de Leitura (PNL), a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), o AE Aurélia de Sousa e a Escola Secundária de Camões. A iniciativa decorreu, pela primeira vez, a nível nacional.
No ano letivo de 2015/2016, a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) associou-se à iniciativa, na qual participaram, pela primeira vez, as Escolas Portuguesas no Estrangeiro (EPE).
Na 10.ª edição, no ano passado, o concurso contou, pela primeira vez, com a realização de uma 3.ª fase, a qual visa o desenvolvimento de competências nucleares associadas à língua portuguesa, em domínios específicos, designadamente no que diz respeito à oralidade.
A edição de 2024, que agora terminou, realizou-se no ano em que celebramos os 500 anos do nascimento de Camões e em que comemoramos os 50 anos do 25 de abril de 1974. Este cruzamento entre o nascimento da liberdade e o cunho moderno que deu Camões à língua portuguesa é particularmente simbólico da importância de conhecermos bem e celebrarmos o bom uso da língua portuguesa nestas OLP, no mesmo mês em que se celebra, no dia 5 de maio, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que é uma das línguas mais faladas no mundo – a 4.ª língua mais falada no mundo, a 3.ª língua europeia de expressão global, o 1.º idioma do hemisfério sul e a 5.ª língua mais utilizada na Internet, segundo o Observatório da Língua Portuguesa –, que é ensinada, a par da cultura portuguesa, em 31 países na Europa, 20 países em África, 10 países na América, 9 países na Ásia e na Austrália, segundo dados do Instituto Camões.
É, portanto, uma língua global de ciência, cultura, economia, diplomacia e paz, sendo uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União Africana e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. É também utilizada como língua oficial, de trabalho e documentação, em mais de duas dezenas de organismos multilaterais ou regionais, incluindo as Nações Unidas, segundo dados do portal Eurocid.
Na Antologia que os alunos receberam, e que foi organizada pelas professoras Cristina Pimentel e Isabel Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), podemos ler que o poeta Herberto Helder (em «escrevi um curto poema trémulo e severo», 2014, p. 81) fala sobre a língua que alimenta a «densa delicadeza dessas linhas» de um poema, esse organismo mais complexo que tudo o que existe (em «Nada pode ser mais complexo que um poema», 2014, p. 82), e fazer isso «apenas com palavras» e com «movimentos milagrosos de míseras vogais e consoantes» (id., ibid.), nem que seja para dar a ver «Meu pai a erguer uma videira/ Como uma mãe que faz a trança à filha.», como diz Torga, em “Bucólica” (1937, p. 50).
É esta a beleza da língua portuguesa e o poder da palavra, em particular quando é escrita pelos nossos melhores poetas e escritores. E é também isso que celebramos nas XI OLP e nesta festa da língua portuguesa, porque é aí ‘onde afinal pode acolher-se um fraco humano’ quando ‘se arma e se indigna o Céu sereno/ Contra um bicho da terra tão pequeno’, para parafrasearmos livremente o comentário que Camões faz no final do Canto I da sua epopeia.
Mas esta festa da língua portuguesa não teria sido possível sem o acolhimento extraordinário e generoso da Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, a cujo diretor, o professor José Manuel da Silva Nunes, agradecemos, em nome de toda a comunidade escolar desta belíssima escola, desenhada, no seu projeto atual, pela arquiteta Inês Lobo.
E não teria sido possível sem a forma como o Dr. Rogério Paulo Carlos, Vice-Presidente e Vereador responsável pela Divisão da Educação e Desporto da Câmara Municipal de Aveiro, nos recebeu e acolheu de forma inexcedível, profissional, exemplar e com uma atenção e cuidado a todos os aspetos da organização que foram absolutamente excelentes. Muito obrigado a toda a equipa desta Divisão – com um agradecimento especial à Dr.ª Celeste Madaíl e à equipa que acompanhou os alunos: a Rute Duarte, a Andreia Pinto, a Ana Rodrigues, a Cristina Silva, a Pérside Miranda e, no apoio à atividade de vela, a Joana Cascais!
As provas que os alunos do ensino básico e secundário realizaram nesta fase final foram desenhadas e concretizadas pela Comissão Organizadora – coordenada pela APP e integrando a DGE, a DGAE, a FLUL e o PNL – e pela Comissão Científica – que integra a FLUL, a APP e a ES de Camões. Mas o sucesso das XI Olimpíadas da Língua Portuguesa seria impossível sem a dedicação, empenho, apoio e trabalho, absolutamente imprescindíveis, de todos os professores envolvidos, nomeadamente os coordenadores dos mais de 250 agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, de Portugal continental, da Madeira e dos Açores, além das EPE, em Angola, Cabo Verde, Macau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe, cujo trabalho foi supervisionado pela professora Alexandra Lopes, da DGAE.
Um agradecimento particular aos responsáveis das escolas coordenadoras regionais – AE de Gondomar n.º1, Escola Coordenadora Regional do Norte; Escola Secundária José Falcão, Escola Coordenadora Regional do Centro; AE de Alvalade, Escola Coordenadora Regional de Lisboa e Vale do Tejo; AE n.º2 de Évora, Escola Coordenadora Regional do Alentejo; AE João de Deus, Escola Coordenadora Regional do Algarve – à Direção-Geral da Educação e às Direções Regionais de Educação dos Açores e da Madeira.
A todos os elementos um muito obrigado – em particular, aos professores Ana Veigas, Carmo Oliveira, Cristina Guerreiro, Eduardo Naia e Olga Cândido, que integraram o júri do escalão A (ensino básico), e às professoras Alexandra Lopes, Isabel Almeida, Cristina Duarte, Cristina Pimentel e Marta Esteves, que integraram o júri do escalão B (ensino secundário), sem os quais a avaliação rigorosa dos alunos não teria sido possível.
Um agradecimento caloroso à professora Raquel Oliveira, da DGE, que deu um encanto especial à cerimónia de encerramento, que apresentou – como se esse fosse «o lugar da casa», da nossa casa, a casa da língua, cujos ramos, parafraseando livremente Eugénio de Andrade (id., 1995 [2012], p. 67), de novo estremeceram «com o repentino canto da cotovia».
A todos os elementos da APP, um muito obrigado – em especial, à Liliana Eira, ao Luís Filipe Redes, à Filomena Viegas e à Marta Machuqueiro, sem os quais a difícil organização das XI OLP, dada a escassez de recursos humanos disponíveis, teria sido impossível.
Uma palavra final para os alunos, pelo seu trabalho, dedicação, exemplo, empenho e amor à língua portuguesa – e cuja alegria e felicidade as fotografias dos momentos mais importantes da cerimónia de encerramento e o vídeo dos três dias de eventos da fase final mostram de forma muito clara, aqui, e onde se pode encontrar a informação relativa aos alunos vencedores.
Muito obrigado a todos – e até para o ano!
Fonte da imagem aqui.