A professora Ana Albuquerque e Aguilar, da CLP – Universidade de Coimbra & UNICEF Gabão, vai dinamizar a oficina
«Literatura digital na aula de Português: algumas propostas didáticas».
Resumo da apresentação da sua oficina:
Esta oficina propõe uma reflexão crítica e prática sobre a integração da literatura digital no ensino do Português, em particular nos ensinos básico e secundário. Deste modo, serão abordados novos modos de ler, interpretar e produzir literatura, recorrendo ao meio digital. A partir de exemplos concretos de obras literárias digitais em língua portuguesa, serão exploradas algumas das suas características, tais como a multimodalidade, a interatividade ou a participação do leitor, bem como a sua relação com o cânone.
Analisando as potencialidades estéticas e pedagógicas destas obras, bem como os desafios que aportam, discutir-se-ão propostas didáticas que visam desenvolver competências de leitura crítica, criatividade e literacia digital nos estudantes.
Sugere-se que os/as participantes acedam a esta oficina em linha através de um computador e que, simultaneamente, tenham consigo um dispositivo digital (smartphone ou tablet).
A professora Letícia Storto, da Universidade Estadual do Norte do Paraná & LABOR, vai dinamizar a oficina
«Reflexões para o ensino da oralidade e de gêneros textuais orais».
Resumo da apresentação da sua oficina:
Esta oficina busca tecer reflexões a respeito do ensino da oralidade e de gêneros textuais orais. Para tanto, apresenta dois instrumentos: um decálogo para a inserção da oralidade na formação docente (Magalhães, Bueno, Storto & Costa-Maciel, 2022) e um dispositivo para a análise de gêneros orais (Bueno, Magalhães, Storto & Costa-Maciel, 2024). Ambos os instrumentos são decorrentes das pesquisas realizadas pelas coordenadoras do Laboratório Brasileiro de Oralidade, Formação e Ensino (LABOR): Tânia Guedes Magalhães (Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Minas Gerais), Luzia Bueno (Universidade São Francisco – USF, São Paulo), Débora Amorim Costa-Maciel (Universidade Estadual de Pernambuco – UPE, Pernambuco) e Letícia Jovelina Storto (Universidade do Norte do Paraná – UENP, Paraná). Parte-se da premissa de que a oralidade, longe de ser simples contraponto da escrita, constitui-se como prática social multimodal, envolvendo a voz, a prosódia, gestos, expressões corporais e tecnológicas. Portanto, é merecedora de tratamento sistemático na formação docente. O decálogo proposto pelas pesquisadoras sistematiza dez diretrizes para fortalecer a presença da oralidade em cursos de Letras e Pedagogia, incluindo a concepção integrada de oralidade e letramento, a criação de repositório e recursos práticos, a imersão dos discentes em práticas orais genuínas (podcasts, seminários, entrevistas), a avaliação reflexiva da oralidade e o reconhecimento da oralidade como eixo curricular articulador do ensino de Língua Portuguesa. Em seguida, apresenta-se o dispositivo para a descrição de gêneros textuais orais. Para isso, são resgatados conceitos do brasileiro Luiz Antônio Marcuschi e dos suíços Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly, consolidando um quadro analítico para os gêneros orais que organiza dimensões didáticas fundamentais: capacidades de ação (contexto e interlocução), discursivas (estrutura textual etc.), linguístico-discursivas (coesão, recursos linguísticos etc.) e multimodais (voz, gestualidade, tecnologias etc.). Esse quadro serve de ferramenta para professores da educação básica e da formação inicial e continuada refletirem sobre descritores de fruição e desempenho oral, elaborarem modelos didáticos, sequências de ensino e avaliações fundamentadas — objetivando a articulação com prescrições curriculares e promovendo práticas reflexivas, críticas e eficazes relativas ao ensino de gêneros textuais orais. A oficina, em um único módulo, delineia a base teórica, mostra o decálogo como plano de ação, apresenta o quadro analítico e insere os participantes no ambiente real do LABOR, oferecendo atividades como análise de vídeos de gêneros orais e design de sequências didáticas centradas em oralidade. O objetivo é propiciar aos participantes repertório técnico-teórico e prático para planejar, executar e avaliar atividades orais com rigor, criatividade e consciência crítica, fortalecendo o eixo da oralidade no ensino e contribuindo para a formação de sujeitos mais autônomos, críticos e cidadãos. Este espaço formativo visa a promover a transposição didática de gêneros orais por meio de recursos, ferramentas, experiências práticas e suporte institucional (LABOR), favorecendo transformações nas licenciaturas e no ensino da Língua Portuguesa, com impacto direto na ampliação das práticas de oralidade nas salas de aula.