Dedicada às plantas na obra poética de Luís de Camões, esta exposição, organizada em parceria com a Universidade de Coimbra, insere-se nas Comemorações do V Centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões.
A seleção dos trechos poéticos e das aguarelas que os ilustram tem como base o trabalho de investigação que o Doutor Jorge Paiva tem consagrado ao tema, desde há vários anos.
Na época camoniana, as plantas mais conhecidas e citadas na literatura não eram as plantas comestíveis ou ornamentais, mas sim as plantas medicinais.
Também n’Os Lusíadas, escritos quase na totalidade no Oriente e centrados nos Descobrimentos, Luís de Camões refere principalmente as plantas medicinais e as especiarias asiáticas.
O mesmo não acontece na lírica, maioritariamente escrita em Portugal e centrada no amor e na paixão. Como Camões terá vivido a sua grande paixão durante os 13 anos que esteve em Coimbra (1531- 1544), de onde partiu com cerca de 20 anos, as plantas referidas na lírica são, na sua maioria, dos campos do Mondego. O poeta alude a essas mesmas plantas, saudosamente, n’Os Lusíadas, nos episódios de Inês de Castro (Canto III, 118-135) e da Ilha dos Amores (Cantos IX, 18 – X, 95).
Não é fácil determinar com exatidão todas as plantas citadas por Camões na sua obra (épica e lírica), pois a maioria das vezes refere-as de forma poética e utilizando, como o próprio afirma, derivações com extraordinários malabarismos linguísticos.
Nesta exposição, encontram-se ilustrações de alguns poemas de Luís de Camões, com aguarelas das plantas glosadas. Da autoria de Ursula Beau (1906-1984), as aguarelas representam espécies da flora espontânea de Portugal e fazem parte de um notável conjunto pertença da Sociedade Broteriana.
Em cada painel poema-aguarela, indica-se o nome vulgar e o nome científico das plantas e destaca-se a sua menção no texto.
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