«Além do cheque-livro, quais são as prioridades do sector?
O cheque-livro é um veículo destinado a cumprir um desígnio nacional: aumentarmos os índices de leitura e de literacia. Apesar de os números do mercado indicarem uma subida de 9% em 2024, que 2025 está a confirmar por cima, com perto de 10%, não podemos fugir a uma verdade incómoda: lemos pouco em Portugal. O aumento verificado desde a pandemia pode não ser uma moda. Mas a nossa base é mais baixa do que noutros países.
Então o conseguido não é suficiente?
Enquanto nós temos uma compra per capita anual de livros na ordem de 1,3 livros por habitante, em Espanha é de 1,7. Em França 4,6, na Bélgica 2,6 e no Reino Unido 2,9. Portanto, estamos 30% abaixo de Espanha, 40% abaixo de Itália. A tendência é positiva e há cinco anos estávamos pior. Porém, há um caminho grande a percorrer. Temos de fazer com que o Ministério da Cultura e da Educação trabalhem em conjunto para que o hábito da leitura se enraíze no país.»
Miguel Pauseiro (2025). “Não podemos fugir a uma verdade incómoda: lê-se pouco em Portugal”. Expresso em linha, 24 de junho de 2025.
Entrevista e fonte da imagem aqui.