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«Quadratim» de Isabel da Nóbrega: crónicas do arquivo do Diário de Lisboa – elos esquecidos.
Rute Navas (CLEPUL/APP)
Isabel da Nóbrega (1925-2021), autora do romance Viver com os Outros (1964), obra distinguida com o prémio Camilo Castelo Branco, foi uma das mais destacadas cronistas portuguesas do século XX. Colaborou intensamente com a imprensa periódica, mas só editou um único volume de textos, apesar de ter sido, ainda em vida, anunciada a publicação de outras coletâneas. A pesquisa nos arquivos do Diário de Lisboa do «Quadratim» (1972 a 1974) evidencia uma versatilidade comunicativa marcada pelo experimentalismo artístico, permitindo descobrir elos esquecidos com a obra galardoada.
Quadratim – 1 de Isabel da Nóbrega : crónicas em forma de carta com Post Scriptum
José Manuel da Costa Esteves
Cátedra Lindley Cintra, I.P Camões- Université Paris Nanterre
(CRILUS /UR Etudes Romanes)
Isabel da Nóbrega recolhe em Quadratim – 1. Filipa, Palmira, Adelaide, Silvinha e outras (1976) um conjunto de noventa e oito crónicas, na maioria escritas e publicadas na sua coluna diária n’A Capital, num período balizado entre 1968 1975. A organização do livro não obedece, porém, a um critério cronológico, antes abre para uma longa conversa que vai entretecendo com as leitoras e leitores, que ora se interrompe, ora se retoma e prolonga noutras crónicas. O tom oralizante, como se de um verdadeiro diálogo a várias vozes se tratasse, é apoiado na correspondência, enviada para a redação e destinada à cronista, que a transcreve ou cita mais ou menos longamente, em função da sua natureza de carta, pergunta, ou conselho e surge disseminada ao longo das histórias que se contam.
