Isabel da Nóbrega: no centenário do seu nascimento

INSCRIÇÕES ABERTAS O CLEPUL, o CLP-Camões de Newcastle e a Associação de Professores de Português assinalam o centenário do nascimento de Isabel da Nóbrega, com um colóquio online, em 9 de dezembro de 2025, das 18:00 às 19:30. A sessão conta com a presença de Guilherme Abreu Loureiro (neto da escritora). Participação gratuita com inscrição obrigatória. Oradores convidados: José Manuel da Costa Esteves e Rute Navas Organização: Projeto Anuário – CLEPUL/Faculdade de Letras/Universidade de Lisboa/Camões-Centro de Língua Portuguesa/Universidade de Newcastle/ Associação de Professores de Português (APP).

 

 

SINOPSES

«Quadratim» de Isabel da Nóbrega: crónicas do arquivo do Diário de Lisboa – elos esquecidos.

Rute Navas (CLEPUL/APP)

Isabel da Nóbrega (1925-2021), autora do romance Viver com os Outros (1964), obra distinguida com o prémio Camilo Castelo Branco, foi uma das mais destacadas cronistas portuguesas do século XX. Colaborou intensamente com a imprensa periódica, mas só editou um único volume de textos, apesar de ter sido, ainda em vida, anunciada a publicação de outras coletâneas. A pesquisa nos arquivos do Diário de Lisboa do «Quadratim» (1972 a 1974) evidencia uma versatilidade comunicativa marcada pelo experimentalismo artístico, permitindo descobrir elos esquecidos com a obra galardoada.

 

Quadratim – 1 de Isabel da Nóbrega : crónicas em forma de carta com Post Scriptum

José Manuel da Costa Esteves

Cátedra Lindley Cintra, I.P Camões- Université Paris Nanterre

(CRILUS /UR Etudes Romanes)

Isabel da Nóbrega recolhe em Quadratim – 1. Filipa, Palmira, Adelaide, Silvinha e outras (1976) um conjunto de noventa e oito crónicas, na maioria escritas e publicadas na sua coluna diária n’A Capital, num período balizado entre 1968 1975. A organização do livro não obedece, porém, a um critério cronológico, antes abre para uma longa conversa que vai entretecendo com as leitoras e leitores, que ora se interrompe, ora se retoma e prolonga noutras crónicas. O tom oralizante, como se de um verdadeiro diálogo a várias vozes se tratasse, é apoiado na correspondência, enviada para a redação e destinada à cronista, que a transcreve ou cita mais ou menos longamente, em função da sua natureza de carta, pergunta, ou conselho e surge disseminada ao longo das histórias que se contam.