O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa publica aqui uma reflexão sobre o debate, que integra um texto de opinião da professora Ana Albuquerque Sousa, que foi convidada a partilhar a sua experiência.
Excerto:
«A Escola deve continuar a mostrar as diferenças entre as variedades do português, que confirmam a riqueza do nosso património linguístico, mas tem a obrigação de promover a capacitação do uso da língua portuguesa formal, cuidada. Só ajudando todos a desenvolverem esta competência, contribuirá para o desenvolvimento pessoal e social e a igualdade de oportunidades de todos.
Deste modo, a retórica oficial do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória não será contrariada pela prática, ao estabelecer diferenças na avaliação de alunos que, pelo menos por agora, têm como língua materna o português de um e do outro lado do mar.»
Histórico do debate:
Formador:
Fernando Pestana (gramático e professor de Língua Portuguesa formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em Linguística pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Atua há duas décadas no ensino de gramática voltado para concursos públicos e, atualmente, num curso de formação para professores de Português)
Professoras convidadas para partilhar a sua experiência:
Aurora Cerqueira (professora na Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, Aveiro)
Ana Maria Albuquerque Sousa (Escola Secundária Alves Martins, Viseu)
Modalidade: Ação de curta duração / Formação a distância
Número de horas: 3 horas a distância
Destinatários: Professores dos grupos 110, 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330, 340 e 350 (n.º 1 do art. 8.º e art. 9.º do RJFCP)
A presente ação relevou para a progressão em carreira, na dimensão científica e pedagógica, professores dos grupos 110, 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330, 340 e 350 (n.º 1 do art. 8.º e art. 9.º do RJFCP).
Datas e horários: 12 de maio de 2025, 17h–20h
Texto de apresentação:
O debate, que terá como formador Fernando Pestana, vai ter lugar na plataforma Zoom da APP, no dia 12 de maio, entre as 17 e as 20 horas.
O formador pretende responder às principais preocupações dos professores de Português, nomeadamente em relação aos desafios que enfrentam com os alunos brasileiros no âmbito do ensino dessa disciplina.
A chegada constante e em número crescente de estudantes estrangeiros ao sistema de ensino português implica grandes desafios para as escolas e para os professores de Português, desde aqueles que são colocados pelos alunos que não falam a língua da escola, e que frequentam a disciplina de PLNM – por nunca terem tido contacto com o português ou não terem sido escolarizados nesta língua (ver, a este propósito, a Reflexão da APP sobre o perfil docente para PLNM, o Plano Estratégico para a Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira, as Áreas prioritárias de formação dos professores de Português e as VII Jornadas Pedagógicas da APP – síntese apresentada no encerramento dos trabalhos) –, e os desafios colocados pelos estudantes provenientes do Brasil, que correspondem a cerca de metade de todos os alunos estrangeiros no nosso sistema de ensino.
Neste caso, as dificuldades sentidas tanto por professores como por alunos estão sobretudo relacionadas com diferenças associadas às variedades do português e às duas normas-padrão reconhecidas: a norma do português europeu (PE) e a norma do português do Brasil (PB). Como diz Inês Gama neste artigo sobre «Os desafios do ensino do português aos estudantes estrangeiros», como devem os professores resolver este dilema: «ensinam exclusivamente a norma do PE e exigem que os alunos produzam textos segundo as regras estabelecidas por esta, considerando erro tudo aquilo que se afasta dela (até mesmo o que segundo a norma do PB é permitido); ou aceitam que no discurso do aluno possam existir estruturas linguísticas que estejam em consonância com a norma-padrão do PB, respeitando assim a variedade por meio da qual aprendeu a falar e que, num determinado momento da sua vida, fez inclusive parte da sua escolarização»?
Com o objetivo de ajudar os inúmeros professores de Português que diariamente enfrentam este dilema, pedimos que nos digam «Quais os principais desafios que os professores de Português enfrentam com os alunos brasileiros no âmbito do ensino? Indique até 3 desafios.»
Com base nas respostas dos professores, o formador Fernando Pestana vai organizar a sua apresentação a partir do documento «O português brasileiro nas salas de aula de Portugal», que pode ser consultado aqui.
Alinhamento dos trabalhos de formação:
i. Introdução e apresentação dos convidados (10’)
ii. Partilha de experiências (20’)
iii. Reflexão sobre a presença e as implicações do português do Brasil no ensino básico e secundário português (105’)
iv. Debate (45’)
Fonte da imagem aqui.