Destaques do Ciberdúvidas – 21.11.25

Esta semana destacamos os «Cadernos de Língua Portuguesa», dois «Artigos», a rubrica «Consultório, a rubrica «O Ciberdúvidas Vai às Escolas» e a rubrica «Ciberdúvidas Responde». No consultório, refletimos sobre «de que» e «do que» em frases interrogativas, analisamos e comparamos as locuções «de modo que» e «de forma que» e falamos sobre a expressão «datado de». Nos artigos, destacamos uma reflexão sobre palavras divergentes e outro sobre a influência africana no português do Brasil.

Está em linha o n.º 3 dos Cadernos de Língua Portuguesa, dedicado a tópicos de sintaxe.

Este terceiro número reúne 12 fichas com esclarecimentos que abordam as unidades e as funções da sintaxe da língua portuguesa. A recolha, elaboração e organização deste número são de Carla Marques, Carlos Rocha e Inês Gama, que, retomando aspetos da sintaxe do português, mantêm, conforme a introdução dos CLP n.º 2,  preocupações com um público adulto universitário e propõe-se como recurso produzido pelo Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para apoio do processo de contacto – e eventual acomodação – com as especificidades do português europeu escrito, além de visarem um público mais alargado, eventualmente já falante e utilizador frequente desta variedade da língua portuguesa.

O n.º 3 dos CLP, sobre tópicos de sintaxe, como dissemos, encontra-se aqui.

O n.º 2 dos CLP, dedicado a ortografia, sintaxe e pontuação, pode ser consultado aqui.

O n.º 1, lançado em 06/12/2023, dedicado a formação de palavras, classes de palavras, concordância verbal, semântica e pontuação, está acessível aqui.

 

 

 

Na rubrica Artigos, destacamos dois textos:

i. Um artigo, de João Nogueira da Costa, sobre palavras divergentes: do latim ao português… duas vezes.

Excerto do artigo, que pode ser lido aqui:

«Quando frequentava o então 5.º ano liceal (correspondente ao atual 9.º ano de escolaridade em Portugal) e descobri, numa das gramáticas adotadas, o capítulo “Do latim ao português”, delirei com as chamadas «palavras divergentes», sobretudo aquelas que nos chegaram ao português por via popular, ou seja, aquelas que o falante popular e, quase sempre, analfabeto, deturpou ao longo dos séculos, ao contrário do que aconteceu com as palavras que nos chegaram por via erudita, isto é, aquelas que as pessoas cultas mantiveram tal como o latim no-las deixou, quando os romanos estiveram na Península Ibérica durante 600 anos, desde o final do século III antes de Cristo.»

 

ii. Um artigo, de Fernando Pestana, sobre «A influência africana no português do Brasil», a propósito do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Excerto do artigo, que pode ser lido na íntegra aqui:

«A presença africana já vinha “embutida” no português trazido pelos colonizadores. Antes mesmo de aportar no Brasil, os portugueses já conviviam com populações negras escravizadas na metrópole, no continente africano e em territórios sob influência árabe. Portanto, parte do léxico de origem africana que hoje consideramos brasileiro já existia na língua portuguesa desde o século XV. Exemplo clássico: inhame, que já aparece na Carta de Pero Vaz de Caminha.»

 

 

 

Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, três questões:

i. Sobre «de que» e «do que» em frases interrogativas.

A resposta, que pode ser lida neste artigo, defende que perguntas como «Do que vou ter mais saudades?» ou «De que vou ter mais saudades?» são ambas corretas e podem ambas ser consideradas elíticas.

 

ii. Sobre as locuções «de modo que» e «de forma que».

A resposta pode ser consultada neste linque e defende que não há diferença entre ambas quanto à correção e ao seu uso, mesmo em trabalhos académicos.

 

iii. Sobre a expressão «datado de».

O artigo, que se pode ler aqui, responde à seguinte questão: «Quando não se está perante uma data ou período determinado, mas antes perante um intervalo de tempo, diz-se que o objeto pode ser «datado “de desde” esta época até aquela (ou que ele «data “de desde”… até…”), ou diz-se, apenas, que o objeto pode ser «datado “desde” este período até aquele», sem a preposição de?»

 

 

 

No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.

Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.

Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt

Esta semana, destacamos o vídeo 45 com a resposta à dúvida colocada por um estudante da Escola Secundária Nossa Senhora da Hora, Porto:

O ponto de abreviatura nas turmas, por exemplo “10.ºD”, é obrigatório?

A resposta, dada pela consultora Carla Marques, pode ser consultada no vídeo disponível aqui e indica a sua obrigatoriedade, por se tratar de uma abreviatura.

 

 

 

Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 50, a origem do nome do rio Douro.

Assista a este vídeo para saber a resposta, dada pelo consultor Carlos Rocha.

 

 

 

Mais informações e fonte da imagem aqui.