Destaques do Ciberdúvidas – 21.2.25

O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, que comemorou em janeiro 28 anos de serviço público gratuito e sem fins lucrativos, responde a questões e presta informações a todos os que querem saber sempre mais sobre a língua portuguesa – o idioma oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Esta semana destacamos um artigo, um destaque da Montra de Livros, quatro respostas na rubrica «Consultório», a rubrica «O Ciberdúvidas Vai às Escolas» e a rubrica «Ciberdúvidas Responde».

Na rubrica Artigos, destacamos o texto «Sinto-me triste… mas a Gronelândia também tem de estar assim?», numa tradução de um texto em inglês publicado no blogue e-Onomastics, em 15 de fevereiro de 2025, em que se defende que «Numa perspetiva onomástica, a proposta de renomear a Gronelândia como «Terra Vermelha, Branca e Azul» é uma questão complexa que entrelaça considerações de herança cultural, identidade e simbolismo geopolítico. Embora o novo nome reflita elementos patrióticos americanos, é essencial ponderar sobre o significado histórico e cultural inscrito no nome original e as potenciais implicações que tal mudança poderia ter na identidade da população indígena e na perceção global da ilha.» Artigo aqui.

 

 

Na Montra de Livros, Inês Gama destaca neste artigo a revista Confluência, n.º 68 – Revista do Instituto de Língua Portuguesa do Liceu Literário Português do Rio de Janeiro, cujo último número pretende dar conta das variedades do português, nomeadamente o português europeu e o português do Brasil, pela reunião de um conjunto de textos e estudos que refletem criticamente sobre duas normas-padrão do português, a europeia e a brasileira, enquanto dá também conta dos usos da língua pelos seus falantes e que, por vezes, se distanciam da norma estabelecida.

Inês Gama salienta, entre outros, o artigo «Reflexões críticas sobre a Gramática do Português Brasileiro Escrito», de Fernando Pestana. Neste trabalho, diz a autora, «apresenta-se uma reflexão crítica sobre os procedimentos metodológicos presentes nas lições normativas da obra Gramática do português brasileiro escrito, de Carlos Alberto Faraco e Francisco Eduardo Vieira. A linha central do artigo centra-se numa crítica à ideia de que «a linguagem literária brasileira não pode ser tomada como base para o estabelecimento da norma-padrão» (pág. 259).

 

 

Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, quatro questões:

i. Uma pergunta sobre «Complemento vs. modificador: o nome retrato», em diferentes contextos, como nas frases «O retrato da tua filha está perfeito.» ou «O retrato que o artista elaborou está exposto na galeria.» A resposta pode ser lida aqui.

ii. Uma pergunta sobre «O verbo reduzir com regência», nomeadamente com a preposição para. A resposta, que pode ser lida neste artigo, esclarece que, apesar de os dicionários consultados não incluírem a regência com a preposição para, pelo menos em contextos menos formais, esta opção parece ter já entrado nas opções disponíveis para construções com o verbo reduzir.

iii. Uma pergunta sobre «O particípio passado de impactar», em frases como «O dardo tinha impacto o alvo.». A resposta pode ser lida aqui e esclarece que não existem registos de o verbo impactar ser um verbo com particípio passado duplo. Por conseguinte, o correto, em português, será dizermos «O dardo tinha impactado o alvo.»

iv. Uma pergunta sobre «Duas interjeições em português antigo», com o sentido de assentimento, aprovação. A resposta, que pode se consultada neste artigo, sugere duas interjeições que podem aproximar-se do que se pretende na consulta, a partir do Dicionário de Língua Portuguesa Medieval (2022).

 

 

No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.

Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.

Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt

Esta semana, destacamos o vídeo 18 com a resposta à dúvida colocada por um estudante do Agrupamento de Escolas de Alfornelos (Amadora): «Qual a origem da palavra trabalho?»

A resposta, dada pelo consultor Carlos Rocha, pode ser consultada neste vídeo.

 

 

Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 23, a resposta à seguinte questão: «Na frase “A Diana veio para Portugal quando tinha quatro anos”, devemos dizer que a Diana é uma imigrante ou emigrante?»

Assista a este vídeo para saber a resposta, dada por Inês Gama, que esclarece que a palavra «imigrante» denota o estrangeiro que entra num país para aí se estabelecer.

 

 

Mais informações e imagem aqui.