Na rubrica Artigos, destacamos dois textos:
i. O artigo, de Inês Gama, de resposta à pergunta «Ainda se diz “uma bica, se faz favor”?», retoma aqui algumas considerações sobre a palavra bica. Por exemplo:
«Há umas semanas, numa aula em que lecionava Português como Língua Estrangeira, um aluno perguntou-me o que significava a palavra bica. Ele achava estranho que esta palavra aparecesse com frequência nos manuais, mas quando ele ia ao café quase nunca a ouvia. De facto, quem passe por qualquer café de Lisboa atualmente vê escrito nos menus ou ouve pedir um café expresso ou simplesmente um café. O que me levou a questionar se a expressão «queria uma bica, por favor» estaria em vias de extinção?»
ii. Um artigo, de Fernando Pestana, sobre a convergência e divergência das duas normas-padrão: «Colocação pronominal: português do Brasil x português europeu». Excerto do artigo, que pode ser lido neste linque:
«Todos sabemos que, na modalidade FALADA da língua portuguesa, há fortes diferenças entre a colocação pronominal brasileira, que privilegia a próclise («Te amo«), e a colocação pronominal lusitana, que privilegia a ênclise («Amo-te»).
Isso se dá porque, historicamente, os brasileiros herdaram e conservaram uma colocação pronominal dos portugueses do século XVI, que usavam frequentemente a próclise – séculos depois, a norma lusitana passou a usar mais a ênclise do que a próclise, mas não a norma brasileira.
No entanto, o objetivo desta postagem se centra na modalidade ESCRITA formal, que consubstancia a língua nos diferentes territórios. E, nesse contexto, qual é o verdadeiro grau dessa diferença entre as normas?»
Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, três questões:
i. «Com pode ser considerado conector de adição?» A resposta pode ser lida no artigo «Os valores semânticos da preposição com», que explica que, de uma forma geral, a preposição com não veicula um valor aditivo.
ii. «Na frase «São consideradas heróis as pessoas bondosas», a palavra heróis deveria concordar com pessoas?» A resposta, que pode ser lida aqui, explica que a concordância entre heróis e pessoas poderá ocorrer ou não, ainda que a frase em apreço se caracterize por não apresentar a ordem canónica SUJ-VERBO-COMPL. Não obstante, se a organizarmos no sentido de ter essa organização, percebemos mais claramente que o constituinte «as pessoas bondosas» desempenha a função sintática de sujeito.
iii. «Tomar estado com uma mulher» é o mesmo que amancebar-se ou quer mesmo dizer «casar-se com ela»? A resposta «A expressão “tomar estado”» pode ser lida neste linque e explica que a expressão «tomar estado» significa «casar-se». No entanto, não é de excluir que possa também ser equivalente a «viver em união de facto», situação que no passado era conhecida por amancebar-se.
No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.
Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.
Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt
Esta semana, destacamos o vídeo 26 com a resposta à dúvida colocada por um estudante do Instituto Politécnico de Lisboa: Quando é que se escreve jamais e já mais?
A resposta, dada pelo consultor Carlos Rocha, pode ser consultada no vídeo disponível aqui.
Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 31, a resposta à seguinte questão:
Qual a diferença entre este e esse para retomar um elemento anterior na frase?
Assista a este vídeo para saber a resposta, dada pelo consultor Fernando Pestana, que explica que, segundo a norma culta brasileira, este e esse usam-se com valor anafórico e, portanto, é possível usar qualquer um desses elementos para retomar um elemento anteriormente referido.
Mais informações e fonte da imagem aqui.