Na rubrica Artigos, destacamos três textos:
i. Um artigo, de Inês Gama, sobre «Rebelião no uso da língua portuguesa na literatura». O artigo, que pode ser lido aqui, tem como subtítulo «Inovações linguísticas e estilísticas dos escritores portugueses» e destaca que «a literatura portuguesa é um campo fértil do uso experimental da língua, onde se desconstrói a gramática, se celebram os falares regionais e as vozes femininas reclamam espaço e sentido. Em cada caso, a língua é mais do que meio – é matéria viva, moldável e insurgente. E talvez seja esta a grande lição: que escrever é sempre um ato de invenção e que a língua portuguesa, longe de ser estática, é um organismo que perpetua metamorfoses».
ii. Uma crónica, de Luís Pedro Nunes, publicada no Expresso e intitulada «”Ok”, o “mata-conversa”», sobre comunicação passivo-agressiva e conflito intergeracional.
O autor argumenta que «Fui acusado de ser um dry texter. Não percebi do que se tratava, mas compreendi que podia ser algo grave. E era. Procurei rapidamente uma definição e percebi que se refere a alguém que envia – ou fecha – mensagens de forma muito seca e monossilábica ou sem entusiasmo. Uma pessoa manda um texto grande com explicações e a outra responde com um “OK”, não parecendo ter vontade de prolongar a conversa.»
A crónica, sobre «a ofensa maior da forma de expressão destes comunicadores», pode ser lida nesta hiperligação.
iii. Um artigo, de Carla Marques, intitulado «Desculpa lá!», sobre esta construção coloquial. No artigo, a autora defende que «A palavra lá, que surge em «Desculpe lá!» tem um valor expletivo que permite colocar ênfase no pedido de desculpa.» E acrescenta que «Há muitos registos de uso do advérbio lá que não se resume ao seu valor locativo.»
Texto aqui.
Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, três questões:
i. Sobre a colocação do pronome átono depois de «muitas pessoas», em construções como «Muitas pessoas podem enganar-se.» ou «Muitas pessoas se podem enganar.»
A resposta mostra que as duas possibilidades estão corretas. O desenvolvimento dos argumentos pode ser lido neste artigo.
ii. Sobre a grafia de «avos», em construções como «um quinhentos avos».
A resposta pode ser lida neste linque e mostra que «O numeral fracionário avos escreve-se como palavra separada, sem hífen: “um quinhentos avos”».
iii. Sobre o «Valor condicional de oração introduzida por a».
O artigo, que se pode ler aqui, defende que «O uso descrito na pergunta [«A estudar tão pouco, ele nunca podia ter ido longe»] corresponde a uma construção de infinitivo preposicionado integrada numa oração condicional.»
No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.
Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.
Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt
Esta semana, destacamos o vídeo 37 com a resposta à dúvida colocada por um estudante da Escola Secundária Nossa Senhora da Hora, Porto:
Está errada a seleção do verbo na frase «meti o sumário no caderno»?
A resposta, dada pela consultora Carla Marques, pode ser consultada no vídeo disponível aqui.
Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 42, a resposta à seguinte questão:
Qual a origem do nome da cidade de Coimbra?
Assista a este vídeo para saber a resposta, dada pela consultora Inês Gama, que defende que o nome da cidade tem origem num processo histórico e linguístico que remonta à época romana.
Mais informações e fonte da imagem aqui.