Na rubrica Artigos, destacamos dois textos:
i. Um artigo, de Sara Mourato, sobre discursos políticos «à séria».
Excerto do artigo, que pode ser lido aqui:
«Estamos em plena campanha eleitoral para a Presidência da República, que ocorrerá em janeiro de 2026, e os debates televisivos têm revelado não apenas estratégias políticas, mas também tendências linguísticas curiosas. Entre elas, destaca-se o uso recorrente da expressão «à séria», ouvida tanto em comentadores como em candidatos. Não é caso isolado: uma reportagem jornalística de 17 de novembro também a adotou, como se lê no Público: «Lisboa abanou, caiu o prédio, surgem chamas. Foi a fingir, mas o Exército testou resposta séria». Mas será este uso legítimo?»
ii. Um artigo, de João Nogueira da Costa, sobre «A etimologia de aula».
Excerto do artigo, que pode ser lido na íntegra aqui:
«O vocábulo aula veio-nos do grego antigo αὐλή [aulê], que significava «todo espaço ao ar livre, pátio de uma casa» e, por extensão, «residência, moradia». A passagem da palavra grega ao léxico do português não foi direta, pois sabe-se que chegou à nossa língua através do latim aula, que significava «palácio, corte», mas também «pátio do palácio». Na Antiguidade, as aulas seriam os locais para onde os discípulos eram conduzidos para que recebessem o conhecimento.»
Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, três questões:
i. Sobre «A preposição por e os pronomes átonos em orações de infinitivo».
A resposta à dúvida colocada – «A minha filha relatava uma viagem que fez à Disney com a irmã e contava que logo à chegada a Paris tiveram uma pequeno problema porque não sabiam qual era o autocarro. Depois de explicar, a dada altura escreveu: “(…) acabámos por encontrar”. Ora o corretor acrescentou um “o”, ficando: “(…) acabámos por o encontrar”. Está correto? Não seria “por encontrá-lo”?» – defende que, neste caso, ambas as possibilidade estão corretas.
A explicação pode ser lida neste artigo.
ii. Sobre o emprego da maiúscula inicial na designação de cargos.
A resposta pode ser consultada neste linque e defende que «Todos os casos que nos apresenta [diretor do agrupamento, coordenador de departamento ou subdiretor, bem como de órgãos/serviços, como conselho pedagógico, conselho geral, serviço de psicologia e orientação, entre outros, em contexto escolar — nomeadamente em documentos de referência, como o Regulamento Interno (RI), o Plano Anual de Atividades (PAA) e o Projeto Educativo do Agrupamento] podem ser considerados como nomes comuns que se escrevem com minúsculas. No entanto, na prática administrativa, por uma questão de deferência, respeito ou realce, escrevem-se com maiúsculas iniciais os nomes de cargos e de documentos de referência.»
iii. Sobre anáfora e paralelismo no Sermão de Santo António aos Peixes.
O artigo, que se pode ler aqui, responde à seguinte questão: «No segmento «Quantos correndo Fortuna na Nau Soberba com as velas inchadas do vento, e da mesma soberba (que também é vento) se iam desfazer nos baixos, que já rebentavam por proa, se a língua de António como Rémora não tivesse mão no leme, até que as velas se amainassem, como mandava a razão, e cessasse a tempestade de fora, e a de dentro? Quantos embarcados na Nau Vingança …, até que composta a ira …», a anáfora está presente, de forma evidente, em «Quantos».
A dúvida remete para o facto de também poder ser considerada no segmento «até que».
Ou será antes paralelismo sintático ou anafórico?»
No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.
Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.
Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt
Esta semana, destacamos o vídeo 46 com a resposta à dúvida colocada por uma estudante da Escola Secundária Nossa Senhora da Hora, Porto:
A colocação do hífen é obrigatória em «dona de casa» e «fim de semana»? Qual a razão?
A resposta, dada pela consultora Carla Marques, pode ser consultada no vídeo disponível aqui e analisa a questão das convenções introduzidas com o Acordo Ortográfico relativamente ao uso de hífen em palavras que têm uma preposição como ligação.
Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 51, o género dos nomes.
Assista a este vídeo para saber a resposta, dada pelo consultor Fernando Pestana.
Mais informações e fonte da imagem aqui.