Destaques do Ciberdúvidas – 3.10.25

O Ciberdúvidas dá esta semana início a uma nova rubrica intitulada 100% Português, por meio da qual se propõe a apresentar propostas de termos portugueses para alguns anglicismos de maior circulação na língua. A proposta será apresentada nas Aberturas publicadas à sexta-feira. Esta semana destacamos ainda dois «Artigos», a rubrica «Consultório, a rubrica «O Ciberdúvidas Vai às Escolas» e a rubrica «Ciberdúvidas Responde.

Na rubrica 100% Português, o Ciberdúvidas deu início a um novo desafio colaborativo – “100% Português” – com o qual se pretende incentivar no público a procura de palavras portuguesas capazes de substituir os anglicismos que, em excesso, circulam atualmente em Portugal. A primeira palavra proposta era a de homebanking, que suscitou vários comentários de consulentes e seguidores, a quem se agradece a adesão e a ajuda. Algumas soluções foram apresentadas, salientando-se «banco virtual», «banco digital», «banco direto» e «banco de casa» (ou «em casa»); seguiam-se «banco conectado» e «banco ao domicílio». Fazendo um rápido comentário a estas formas, com base nas tendências de uso identificáveis, por exemplo, no Corpus do Português (CP), observa-se que «banco digital» ou «banco virtual» são designações, com significado próprio, principalmente como «banco e respetivos serviços que desenvolvem atividade em ambiente digital/virtual». Quanto a «banco de/em casa», «banco conectado» e «banco ao domicílio», o CP não fornece exemplos. Resta «banco direto», que ocorre apenas uma vez no CP, mas num caso significativo, o de designar a aplicação que permite aceder a uma conta bancária. Em Portugal, pelo menos, considerando que já existem serviços de atendimento em linha que têm associado o adjetivo direto («serviço Caixadireta», «Caixa Geral de Aposentações Direta»), a expressão «banco direto» pode ser um bom equivalente para evitar o anglicismo homebanking.’

 

 

 

Na rubrica Artigos, destacamos dois textos:

i. Um artigo, de Inês Gama, sobre expressões idiomáticas portuguesas com equivalente na língua inglesa: «Quando o português e o inglês dizem o mesmo de forma diferente».

Excerto do artigo, que pode ser lido aqui:

«Quem nunca se surpreendeu ao descobrir que, em inglês, uma chuva torrencial se pode descrever como «raining cats and dogs»1 (literalmente, «chover gatos e cães»)? Já em português, preferimos que chova a cântaros (ou, em alternativa «chova a potes»). Duas imagens bem distintas para o mesmo fenómeno atmosférico. A expressão portuguesa transmite a ideia de uma chuva tão intensa que parece despejada de recipientes, como os cântaros usados tradicionalmente para ir buscar água à fonte. Por sua vez, a expressão inglesa tem uma origem obscura: há quem a associe a inundações nas ruas, onde, após tempestades, se encontravam cadáveres de animais, enquanto outras teorias apontam para palavras antigas relacionadas com fenómenos atmosféricos.»

ii. Um artigo, de Carla Marques, intitulado «Ah, fadista!», sobre o elogio da atuação.

De facto, «Quando queremos manifestar o agrado pela atuação de uma fadista, usamos a expressão «Ah, fadista!» Mas, como se escreve a palavra inicial: será com «h+a», com «a+h» ou com a com acento grave?»

Texto aqui.

 

 

 

Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, três questões:

i. Sobre a vírgula e o tratamento cerimonioso.

A resposta, que pode ser lida neste artigo, responde à seguinte questão: «Se dirijo uma carta a «A Sua Excelência o Líder do Grupo Parlamentar X», esta expressão é separada por alguma vírgula entre «Excelência» e «o», ou é tudo seguido, sem vírgulas..?»

ii. Sobre «Oração subordinada completiva e também coordenada copulativa assindética», em resposta à seguinte dúvida: «Na frase «Quando se afirma que o mundo está condenado, que não há solução, está a condenar-se o mundo, não se lhe permite solução», como classificamos a oração subordinada que se encontra entre vírgulas («que não há solução»)?»

A resposta pode ser lida neste linque e mostra que a oração em questão é uma oração subordinada substantiva completiva.

iii. Sobre «Gostar e os verbos auxiliares».

O artigo, que se pode ler aqui, explica que a «conjugação perifrástica, ou perífrase verbal, tem lugar quando uma predicação é feita por uma locução verbal. Tipicamente esta é formada por um verbo auxiliar e por um verbo principal (no infinitivo, gerúndio ou particípio passado). As duas formas verbais poderão ou não ser ligadas por uma preposição» – e dá alguns exemplos.

 

 

 

No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.

Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.

Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt

Esta semana, destacamos o vídeo 38 com a resposta à dúvida colocada por uma estudante da Escola Secundária Nossa Senhora da Hora, Porto:

Qual é a diferença entre «informar que» e «informar de que»?

A resposta, dada pela consultora Carla Marques, pode ser consultada no vídeo disponível aqui.

 

 

 

Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 43, a resposta à seguinte questão:

Qual a origem da palavra Lusíadas?

Assista a este vídeo para saber a resposta, dada pela consultora Carla Marques, que defende que foi criada pelo frade dominicano André de Resende e não por Camões.

 

 

 

 

Mais informações e fonte da imagem aqui.