Tanto é anacrónica a posição dos censores que andam à procura de preconceitos raciais ou de género nas obras do passado como as dos que querem forçar leituras que limpem os textos "canónicos" dos preconceitos do seu tempo.
"Ler" implica sempre compreensão crítica de preconceitos.— Luís Filipe Redes (@Redes56) March 9, 2021
O que diz a respeito da ironia não atinge a posição da doutoranda cabo-verdiana, pois a posição dela versa a própria linguagem empregue pelo João da Ega. Basicamente, ele diz que os portugueses também são incivilizados. Repare no "também".
— Luís Filipe Redes (@Redes56) March 9, 2021
E, como disse no seu blogue, não haverá grande obra que escape a esta análise dos preconceitos raciais. Portanto, a minha resposta é que temos que ler e ler implica isso tudo, sem necessitar nenhuma "nota pedagógica".
— Luís Filipe Redes (@Redes56) March 9, 2021
Quanto à ironia do João da Ega, dou-lhe toda a razão, pois ela é interpretada no próprio romance, "este João da Ega gosta de paradoxos" (dito de cor). O João da Ega é contra a escravatura, mas diz o contrário.
— Luís Filipe Redes (@Redes56) March 9, 2021
Ok. Só faço notar que estamos a discutir uma leitura de Eça sobre a qual você não diz nada.
— Luís Filipe Redes (@Redes56) March 9, 2021