A Associação de Professores de Português (APP) promove uma reflexão sobre o ensino do Português Língua Não Materna nas VII Jornadas Pedagógicas da APP: Português ao encontro de falantes de outras línguas, que vão decorrer no dia 6 de setembro de 2024, a distância (na plataforma Zoom) e que está certificada como ação de formação de curta duração (ACD).
Duas notícias do Expresso, em 28 de julho e 4 de agosto de 2023 (pág. 17), mostram a dimensão das mudanças que estão a ocorrer nas escolas, na sequência de fluxos migratórios para países como Portugal, em que há uma forte tendência para o envelhecimento da população. Alguns dados: «no próximo ano letivo [2023/24] há mais 10.186 alunos inscritos no 3.º ciclo; no pré-escolar são mais 5400; (…) 16% das matrículas para o pré-escolar e para o 1.º ciclo são de estrangeiros. São mais de 30 mil crianças.»
Segundo o «Atlas dos Alunos de Origem Imigrante: quem são e onde estão nos ensinos básico e secundário em Portugal» (ISCTE – Observatório das Desigualdades), os alunos com origem imigrante inscritos nas escolas públicas dos ensinos básico e secundário passaram de 14% do total de alunos, em 2012/2013, para 17%, em 2019/2020, com um aumento, tanto absoluto (+3.336 alunos) como relativo (+3,03 pontos percentuais). Os alunos de primeira geração passaram a representar 39,7%, em 2019/2020, correspondente a 57.637 alunos (mais 7.155 face a 2012/2013). O aumento da primeira geração acompanha a recente retoma da imigração, particularmente a partir de 2015, após o período de crise financeira e austeritária.
Sendo a escola a garantia de integração e de inclusão de todas as nacionalidades de um número crescente de alunos estrangeiros, o que fazer perante este problema complexo, num contexto em que alguns conceitos não são claros (língua materna – pluricêntrica – e língua não materna vs. língua estrangeira, língua segunda, interlíngua, língua de herança, code-mixing e code-switching, third space e translanguaging) e em que as escolas não sabem muito bem como dar uma resposta – didática e pedagógica – eficaz e de qualidade a todos estes alunos?
Em resposta a um pedido feito pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), a direção da APP realizou uma reflexão em que apresenta um conjunto de preocupações e recomendações para a definição de um Plano Estratégico para a Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira.
Estes são alguns dos desafios que queremos ver discutidos nestas Jornadas:
Que barreiras existem na escola para dar voz a um PLNM para todos os alunos estrangeiros?
Como podemos apoiar os alunos?
Como podemos apoiar os professores?
Contamos com a sua participação!
Inscrições aqui.
Programa
MANHÃ (3h)
9h15-9h30 | Sessão de abertura
9h30-10h30 | Conferência de abertura
– Maria Helena Ançã (Universidade de Aveiro)
[Moderação: Luís Filipe Redes]
10h30-10h45 | Pausa
10h45-12h45 | Painel «Diversidade e integração»
– Ana Filipa Cândido, Inês Tavares e Teresa Seabra, autoras do «Atlas dos Alunos de Origem Imigrante: quem são e onde estão nos ensinos básico e secundário em Portugal» (ISCTE – Observatório das Desigualdades)
– Lina Marques, apresentação do projeto Filosofia Plural (Escola Secundária de Camões)
– Alexandra Barreto e Anabela Pereira, partilha de boas práticas (AE Patrício Prazeres)
[Moderação: João Pedro Aido]
12h45-14h | Almoço
TARDE (3h)
14h-16h | Painel «Boas práticas»
– Teresa Oliveira, equipa de educação da Fundação Aga Khan
– Especialistas convidados: Ana Josefa Cardoso, Ana Paula Dias / Catarina Faustino
[Moderação: Filomena Viegas]
16h-16h15 | Pausa
16h15-17h15 | Painel «Política de língua»
– Lina Varela, Chefe de Divisão de Educação Pré-Escolar e do Ensino Básico da Direção-Geral da Educação (DGE)
– Isabel Sebastião, Coordenadora do Ensino Português em França – Camões, I.P.
[Moderação: Carla Silva]
17h15 | Encerramento
17h30 | Assembleia Geral e Eleitoral
Inscrições aqui.