16.º ENAPP – 3 a 5 de julho de 2025 – Chamada de trabalhos

A APP e a Universidade de Aveiro estão a preparar o 16.º Encontro Nacional. Participe com uma comunicação!

 

 

          1. Introdução
          2. Subtemas
          3. Conferencistas
          4. Submissão de resumos
          5. Comissão Científica
          6. Comissão Organizadora
          7. Destinatários
          8. Programa

Introdução

Tal como escrevemos na apresentação do debate | APP de janeiro de 2025 sobre o ensino da literatura: cânone e competências complexas de leitura, olhando para os resultados escolares, constatamos que os alunos continuam a ler pouco e não aprendem melhor. Entre a Conferência Internacional para o Ensino do Português, em 2007, em Lisboa, em que Luís Prista reconhecia que, nas aulas de Português do secundário, ainda prevalecia o modelo da aula «textocêntrica mas com pouca leitura», seguindo o formato de planificação a partir do texto, que era lido pelos alunos sem tarefa explicitada e questionário oral fundamentalmente avaliativo¹, e a apresentação, em 2025, pelo IAVE, do Relatório descritivo de resultados dos exames finais nacionais do ensino secundário 2017-2023 – principais conclusões e potencialidades pedagógicas², verificamos a persistência de resultados escolares fracos que derivam, sobretudo, de fragilidades na competência leitora, no pensamento complexo e na análise crítica, que indiciam claramente que, ao longo do percurso escolar dos alunos, são desenvolvidas principalmente competências de menor complexidade cognitiva – os níveis 1 e 2 da taxonomia usada na avaliação externa e que correspondem a reconhecer e reproduzir, ou interpretar e aplicar, respetivamente (e não a raciocinar e extrapolar, por exemplo). Está em causa, no que respeita especificamente à leitura, a realização de inferências, a explicitação de valores simbólicos, o estabelecimento de relações complexas entre diferentes elementos textuais – mas também a estruturação do discurso e a correção linguística. 

No plano do ensino da oralidade, os dados continuam a apontar para o facto de que a compreensão e a expressão oral são sobretudo meios de avaliação, não sendo constituídas como um objeto de aprendizagem com conteúdos explícitos. Muitas perspetivas didáticas continuam a encarar a oralidade como um apoio / extensão da escrita pelo que, não raro, falar é sinónimo de escrever. Acresce que a formação de base dos professores não lhes permite compreender o oral como sendo composto por várias dimensões que cumpre trabalhar explicitamente em sala de aula, que se concretiza em géneros orais, que têm especificidades próprias e que deverão ser sistematizadas e trabalhadas. Por fim, os próprios documentos de referência curricular acabam por apresentar propostas demasiado genéricas que não contribuem para o efetivo desenvolvimento das práticas em sala de aula.

Assim, destacam-se preocupações tanto no âmbito da leitura e da educação literária como da oralidade e da articulação entre estes domínios: Como os estudos literários influenciam o trabalho didático e pedagógico na sala de aula?  Qual o peso das orientações metodológicas e da avaliação externa nesse trabalho? Qual o papel dos manuais escolares e do cânone na configuração das práticas de ensino? Que relação estabelecer, numa sequência didática, entre textos, apresentação de conteúdos declarativos e procedimentais, atividades de oralidade, leitura e escrita? Qual a relação entre a regulação pela avaliação externa e a forma especializada que a aula de educação literária assume na escola? Qual o peso e o efeito de todos os metatextos que se cruzam com o manual e no manual? Quais as dimensões da oralidade que são ensináveis e estão presentes numa aula de Português – e na sua relação com a aula de educação literária? Por que razão é tão difícil ensinar a oralidade, que parece ser um domínio ‘omnipresente’ numa aula de Português? Em todas estas configurações da leitura escolar, e da leitura escolar de textos literários, qual o grau de liberdade de um professor? Como levar os alunos a estabelecerem relações complexas entre diferentes elementos textuais e a ler em profundidade um texto literário?

¹ Capucha, L. (2007). Conferência Internacional para o Ensino do Português. Resumos das apresentações (p. 29). Ministério da Educação – DGIDC. [Negritos nossos]

² O relatório foi previamente apresentado no Conselho Científico do IAVE, no dia 17 de dezembro de 2024.

 

Subtemas do encontro

i. O ensino da oralidade

Géneros orais
Dimensões ensináveis
Falar e escrever – uma relação (in)tensa
Práticas de oralidade (in)conformadas (pelo manual escolar)
Da oralidade à literatura

ii. O ensino da literatura

A literatura e as outras artes
O excerto, a síntese e o texto literário
Como aprender a interpretar um texto literário
Práticas de leitura literária (in)conformadas (pelo manual escolar)
Da literatura à oralidade

 

Conferencistas

Ana Paula Arnaut (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)
Luzia Bueno (Universidade de São Francisco, Grupo ALTER-LEGE)
Annabela Vicente Rita (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, CLEPUL)

 

Submissão de resumos 

  • Os resumos deverão conter de 3000 a 5000 caracteres incluindo espaços. O texto deve sintetizar o conteúdo da comunicação. Se o trabalho a apresentar for empírico, deve conter a contextualização da temática, problema de investigação e pertinência do estudo, objetivos, síntese da metodologia adotada e dos principais resultados. Caso se trate da descrição de um projeto, a estrutura deve ser clara e seguir uma linha orientadora, considerando a contextualização da temática, objetivo, explicitação clara dos procedimentos do projeto e principais reflexões.
  • Palavras-chave: de 3 a 5 palavras separadas por ponto e vírgula (;)

  • Referências bibliográficas: No mínimo,  três referências bibliográficas, de acordo com as normas APA 7.ª edição. Consultar exemplos de formatação.

  • Endereço de correio eletrónico para o envio de resumosaprofport@app.pt
  • Título da mensagem: «16.º ENAPP – submissão de resumo».
  • Prazos:
    • Envio de resumos: 30 de abril de 2025
    • Avaliação das propostas pela comissão científica do encontro: 31 de maio de 2025.
    • Mais informações e atualizações: Em breve, neste artigo.

 

Comissão Científica

Ana Albuquerque Aguilar (Universidade de Coimbra)
Ana Isabel Andrade (Universidade de Aveiro)
Ana Luísa Costa (Instituto Politécnico de Setúbal)
Ana Patrícia Rodrigues (Escola Superior de Educação | IPSantarém)
António Carvalho Silva (Instituto de Educação da Universidade do Minho)
António Pais (Instituto Politécnico de Castelo Branco)
Carla Marques (Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada da Universidade de Coimbra)
Filomena Viegas (Associação de Professores de Português)
Leopoldina Viana (Universidade do Minho)
Luciana Graça (Universidade de Aveiro)
Madalena Teixeira (Universidade de Aveiro)
Maria João Macário (Instituto Politécnico de Viseu)
Noémia Jorge (Instituto Politécnico de Leiria)
Paula Cristina Ferreira (Instituto Politécnico de Leiria)
Paulo Nunes da Silva (Universidade Aberta)
Paulo Osório (Universidade da Beira Interior)
Pedro Balaus Custódio (Instituto Politécnico de Coimbra)
Sónia Valente Rodrigues (Universidade do Porto)
Susana Pinto (Universidade de Aveiro)
Teresa Sequeira (Universidade do Algarve)

Comissão Organizadora

João Pedro Aido (Associação de Professores de Português)
Liliana Eira (Associação de Professores de Português)
Luís Filipe Redes (Associação de Professores de Português)
Madalena Teixeira (Universidade de Aveiro)
Maria Vitória de Sousa (Associação de Professores de Português)
Rosa Faneca (Universidade de Aveiro)

 

Destinatários

O 16.º ENAPP terá uma duração de 12 horas. Releva, como formação específica, na área de formação B – Prática pedagógica e didática na docência, para professores dos grupos 110, 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330, 340 e 350. Releva, como formação geral, para educadores de infância, professores dos ensinos básico e secundário e professores de educação inclusiva.

 

Programa (programação em curso)