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Associação de Professores de Português – Boletim dos Sócios |15| dezembro 2022
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A APP em projetos e atividades
|| O Prémio Emília Amor de Investigação em Didática do Português | APP – edição 2022, lançado em junho, dirige-se a sócios não doutorados e será atribuído anualmente com o objetivo de incentivar a investigação sobre a prática pedagógico-didática do Português. Os trabalhos concorrentes deverão ser enviados até 31 de dezembro para secretaria@app.pt – consulte o regulamento aqui. Participe e incentive os seus colegas a participar!
|| A revista Palavras, n.º 58-59, foi publicada pela primeira vez em formato unicamente digital, sendo o seu conteúdo integral de acesso exclusivo para sócios e assinantes (embora alguns artigos fiquem em acesso livre). Mantivemos o custo de 10 euros por número avulso e de 15 euros no caso de assinatura bianual. Consulte a revista na sua caixa de correio ou na página da APP.
|| A revista Palavras, n.º 60-61, a publicar em 2023, será dedicada à oralidade e tem como editora convidada a linguista Carla Marques, doutorada em Língua Portuguesa (com uma dissertação na área do estudo do texto argumentativo oral), investigadora do CELGA-ILTEC (grupo de trabalho “Discurso Académico e Práticas Discursivas”), autora de manuais e de gramáticas escolares, formadora de professores, professora do ensino básico e secundário e consultora permanente do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
|| O projeto de mentoria, a que já fizemos referência nos boletins anteriores, visa responder ao desafio de desenvolver e melhorar o desempenho e o trabalho profissional dos professores, constituindo um sistema de apoio para o seu trabalho. O mentor é um ‘amigo crítico’ que está ao lado do(a) sócio(a) e o(a) ajuda em questões, necessidades e problemas específicos, estando preparado para ouvir, tomar conhecimento e ajudar a construir finalidades no decorrer da própria ação de reflexão conjunta. Para alargar a base de apoio a este projeto e podermos todos beneficiar da experiência de tantos professores que são nossos sócios, quer estejam no ativo ou já não, propomos que envie uma mensagem para secretaria@app.pt referindo que pretende ser contactado(a) pela direção para participar neste programa de voluntariado profissional. Mais informações proximamente.
|| As Olimpíadas da Língua Portuguesa são um projeto iniciado na Direção-Geral da Educação (DGE), no ano letivo de 2012/2013, tendo em vista incentivar o bom uso da língua portuguesa pelos alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário. A partir de 2022/23, a APP passa a organizar estas Olimpíadas, em parceria com a DGE e a Faculdade de Letras de Lisboa (FLL). Principais conclusões da reunião que teve lugar no dia 12 de dezembro, por videoconferência, e na qual participaram o presidente e o vice-presidente da APP, representantes da DGE e da equipa da FLL:
- A APP integra a comissão organizadora e a comissão científica.
- A APP lidera a comissão organizadora e a FLL lidera a comissão científica. A DGE participa apenas na comissão organizadora.
- A APP vai elaborar as provas do escalão A (7.º, 8.º e 9.º anos) e a FLL as do escalão B (secundário). Todas as provas são revistas por toda a comissão científica. A correção das provas do escalão A é feita pelas escolas, as do escalão B por uma equipa da FLL.
- Este ano, pela primeira vez, à primeira fase (local) e à segunda fase (regional), suceder-se-á uma terceira fase (nacional) com os 25 melhores alunos de cada escalão, em regime de internato, durante dois dias. Nessa fase, os alunos serão postos à prova em domínios como a oralidade e a capacidade de comunicação.
- Haverá um júri nessa terceira fase perante o qual os alunos ‘defenderão as suas composições escritas’.
- Calendário provisório das 3 fases, respetivamente: fevereiro, março, maio.
- A DGE vai disponibilizar à APP a plataforma para a realização do processo de inscrições.
- A divulgação deverá começar na primeira semana de janeiro e as inscrições ficam abertas durante 3 semanas em fevereiro, em princípio.
- As escolas portuguesas no estrangeiro vão ser convidadas a participar e será feito um convite semelhante às secretarias regionais de educação para permitir que os estudantes dos Açores e da Madeira também possam participar (o que nunca aconteceu até agora).
- Foi sugerida a divulgação do concurso através do PNL e da Rede de Bibliotecas Escolares.
- A DGE vai tentar conseguir o apoio de várias entidades, nomeadamente autarquias, para o apoio à nova fase final.
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A APP esteve presente
|| João Pedro Aido, vice-presidente da APP, esteve presente, no dia 25 de novembro, na Biblioteca Nacional, num debate sobre educação cultural, cidadania e democracia, que foi organizado pelo Plano Nacional das Artes (PNA) e teve moderação de Leonard Schmieding, historiador alemão, educador e changemaker, responsável pelo projeto de Cidadania nos Museus do Estado de Berlim, onde potenciou a relação entre as coleções dos museus e a educação para a cidadania. Na sessão, em que estiveram presentes algumas associações de professores (APP, APH, APEDI) mas sobretudo responsáveis por instituições, curadores e mediadores culturais, houve três círculos de conversa com participantes diferentes e um plenário final, em inglês. Os círculos procuraram responder a perguntas sobre o trabalho articulado que pode haver entre escolas, teatros, bibliotecas e museus para que a educação (formal e não formal) incorpore perspetivas inclusivas e plurais. As respostas exigiam mais tempo, o que foi reconhecido pela organização do PNA, que prevê a possibilidade de rotinas de discussão entre os vários parceiros e entidades, nomeadamente para saber, para lá da escassez de recursos humanos (tópico recorrente nas respostas) e da sua qualificação (tópico que introduzimos para contextualizar a dificuldade de os professores terem formação para levar as aulas para espaços museológicos e de os próprios guias dos museus poderem ‘aproximar’ o discurso da instituição do discurso da escola e dos jovens alunos), de que modo a herança e o património cultural, nomeadamente nos museus, podem integrar o currículo e (ajudar a) criar uma educação para uma cidadania (ativa).
|| Teresa Marques Monteiro, diretora do Centro de Formação da APP, esteve presente, no dia 26 de novembro, por videoconferência, numa reunião com representantes de centros de formação de associações de professores, para discussão de problemas comuns e a criação de uma agenda de trabalho. Ficou agendado um segundo encontro para o dia 28 de janeiro de 2023 e neste linque podemos ler uma síntese da reunião do dia 26.
|| No dia 12 de dezembro, em Huelva, a convite da Coordenação EPE – Espanha e Andorra Camões, I.P., a APP, representada pelas formadoras Filomena Viegas e Maria Vitória de Sousa, realizou a ação de formação (8horas) Sequências didáticas em PLE: das referências ao plano.
|| Sónia Valente Rodrigues, professora na Faculdade de Letras do Porto, Pró-Reitora da Universidade do Porto e membro da comissão instaladora do Núcleo de Investigação em Didática da APP, deu uma entrevista ao programa Páginas de Português, da Antena 2, no dia 18 de dezembro, sobre o livro Didática do Português. Sinais de um Percurso de Vida, de Emília Amor, editado pela Fundação Manuel Leão com o apoio da APP e lançado na Biblioteca de Alcântara, em Lisboa, no dia 20 de dezembro, pelas 14 horas. A entrevista de Sónia Valente Rodrigues, que fez a apresentação do livro numa mesa que contou ainda com a Comissária do Plano Nacional de Leitura, Regina Duarte, a Coordenadora da Biblioteca de Alcântara, Ana Santos, e o Presidente da Direção da APP, Luís Filipe Redes, pode ser ouvida aqui.
|| Na sequência da reunião do dia 4 de novembro, referida no Boletim anterior, Luís Filipe Redes e João Pedro Aido reuniram-se por videoconferência com Carlinda Leite, da Universidade do Porto, e a vice-presidente da APPI, Sónia Ferreirinha, sobre formação de professores e condições de acesso a mestrados em Ensino do Português. No âmbito dessa reunião, a APP apresentou à equipa coordenada pela professora Carlinda Leite a seguinte proposta, que sugerimos que possa ser integrada na versão final a enviar ao Ministro da Educação ainda antes do Natal.
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Centro de Formação Maria Helena Mira Mateus
|| O Centro de Formação recebe encomendas dos seguintes cursos de formação enviadas por agrupamentos de escolas, escolas públicas e privadas e outras entidades ligadas à formação de professores:
- GRAMÁTICA E ENSINO DO PORTUGUÊS (1.º ciclo do ensino básico), consultar a informação completa aqui;
- GRAMÁTICA E ENSINO DO PORTUGUÊS (2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário), consultar a informação completa aqui.
|| O Centro de Formação recebe encomendas da oficina de formação O MELHOR DO MUNDO SÃO AS PALAVRAS? – OFICINA DE ESCRITA (CRIATIVA), enviadas por agrupamentos de escolas, escolas públicas e privadas e outras entidades ligadas à formação de professores. Consultar a informação completa aqui.
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Tópico em destaque
Desmaterialização das provas de avaliação externa (DAVE)
|| A avaliação externa das aprendizagens é um processo de grande importância pedagógica, curricular e social para o sistema educativo português, concorrendo para a regulação e aferição do desenvolvimento do currículo nas escolas e para a melhoria dos processos didáticos de ensino e de melhoria das aprendizagens.
É nestes termos que o IAVE começa por apresentar o processo da DAVE, cuja implementação começou em 2021/22 com a aplicação piloto de provas de aferição e continua, em 2022/23, com a generalização das provas de aferição em formato digital e com a aplicação piloto de provas finais do 3.º ciclo.
|| Estas e outras informações oficiais podem ser analisadas neste documento do IAVE.
|| Tal como referimos nos boletins anteriores, o conselho científico do IAVE pediu que cada associação apresentasse um conjunto de questões, dúvidas, preocupações e aspetos a ter em conta na desmaterialização das provas de avaliação externa. Nesse sentido, recolhemos a opinião dos sócios e elaborámos um documento que sintetiza essas e outras respostas e que pode ser consultado aqui.
|| Para aprofundar este importante processo, que tem múltiplas implicações no sistema educativo português, a direção da APP vai realizar, no dia 7 de janeiro de 2023, entre as 9h30 e as 12h30, um debate em linha com a presença do Presidente do Conselho Diretivo do IAVE, Luís Santos, da Diretora dos Serviços de Avaliação Externa, Paula Simões, e do Diretor dos Serviços de Formação e Supervisão do IAVE, Rui Pires. As inscrições para essa importante sessão de esclarecimento, que será creditada no âmbito de uma ACD, vão iniciar-se esta semana – esteja atento(a) à notícia específica.
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Tópico em destaque
15.º Encontro Nacional da APP
|| A Associação de Professores de Português vai realizar o seu 15.º Encontro Nacional (15.º ENAPP), com o título Português em jogo e em projeto, nos dias 11 e 12 de abril de 2023, no Museu e Fundação do Oriente, e simultaneamente a distância, através da plataforma Zoom.
|| O encontro, cuja acreditação aguarda deferimento pelo CCPFC, terá os seguintes subtemas:
- “Literatura, artes e escrita em projeto”
- “O jogo na aprendizagem da língua, da cultura e da literatura”
- “Projetos interdisciplinares com [a disciplina de] Português”
- “O homem lúdico hoje – o lugar dos jogos na educação”.
|| Neste momento, podemos já anunciar a confirmação da presença de três conferencistas, cujos trabalhos ligados à importância do jogo na educação das crianças, às artes e à interatividade no meio digital se cruzam, de forma complementar, com as várias dimensões dos subtemas do encontro e os vários domínios das aprendizagens essenciais de Português.
|| Carlos Neto é um dos maiores especialistas mundiais na área da brincadeira e do jogo e da sua importância para as crianças. Para este professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa (UL), brincar é um assunto muito sério. Por essa razão, o trabalho de investigação académica que tem vindo a desenvolver há quase cinco décadas centra-se sobretudo no papel que brincar e jogar têm no desenvolvimento da criança. Carlos Neto fará a conferência de abertura, no dia 11 de abril de 2023.
|| Patrícia Gouveia, professora associada da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, curadora da exposição Playmode (MAAT, 11.9-19.12.2019), tem um vasto trabalho sobre experiências multimédia interativas, aprendizagem baseada em jogos, jogos digitais e saúde mental, multimédia e tecnologias interativas, os videojogos em Portugal, jogo e poesia, ou a compreensão da cultura dos videojogos, entre outros. Vários dos seus trabalhos, inclusive como curadora, mostram que há um potencial dos sistemas lúdicos para abordar problemas éticos, sociais, humanitários ou ecológicos. A conferência de Patrícia Gouveia inicia os trabalhos da tarde do dia 11 de abril.
|| Ana Albuquerque Aguilar, que dará uma conferência na abertura dos trabalhos do dia 12 de abril, é investigadora no Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, bolseira da FCT, investigadora convidada da Universidade de Barcelona, doutoranda em “Educação literária na era digital: o contributo da literatura eletrónica”. É tradutora da versão portuguesa de Inanimate Alice, a primeira obra de literatura eletrónica a integrar o PNL.
|| Submissão de resumos
Os resumos deverão conter de 3000 a 5000 caracteres incluindo espaços. O texto deve sintetizar o conteúdo da comunicação. Se o trabalho a apresentar for empírico, deve conter a contextualização da temática, problema de investigação e pertinência do estudo, objetivos, síntese da metodologia adotada e dos principais resultados. Caso se trate da descrição de um projeto, a estrutura deve ser clara e seguir uma linha orientadora, considerando a contextualização da temática, objetivo, explicitação clara dos procedimentos do projeto e principais reflexões.
Palavras-chave: de 3 a 5 palavras separadas por ponto e vírgula (;)
Referências bibliográficas: No mínimo, três referências bibliográficas, de acordo com as normas APA 7.ª edição. Consultar exemplos de formatação.
Endereço de correio eletrónico para o envio de resumos: aprofport@app.pt
Título da mensagem: «15.º ENAPP – submissão de resumo».
Prazos:
Envio de resumos: 15 de janeiro de 2023.
Avaliação das propostas pela Comissão Científica do encontro: 6 de fevereiro de 2023.
|| O cartaz do Encontro é um projeto da designer gráfica e ilustradora Danuta Wojciechowska, que tem uma longa e reconhecida carreira em Portugal e é a autora deste extraordinário Calendário Ilustrado 2023.
|| Mais informações na página do 15.º ENAPP, aqui.
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Lugares virtuais
|| Na plataforma da Language Science Press podemos ler, em acesso livre, livros e artigos de linguística de grande qualidade com revisão por pares. O objetivo é tornar acessíveis e proeminentes os melhores trabalhos, ajudar os autores a construírem as suas carreiras e orientar os leitores na leitura de textos de qualidade selecionados pelos editores da plataforma.
|| Neste linque, podemos aceder a um livro de Maria João Freitas e Ana Lúcia Santos sobre A aquisição de língua materna e não materna: Questões gerais e dados do Português.
|| O blogue Poesia & Lda. é um projeto de João Luís Barreto Guimarães (JLBG), Jorge Sousa Braga e outros poetas. O recentemente laureado Prémio Pessoa 2022 divide o seu tempo entre o Porto e Venade. Escreveu 12 livros de poesia, os primeiros sete reunidos em Poesia Reunida (Quetzal, 2011), ao qual se seguiram Você está Aqui (Quetzal, 2013), traduzido em Itália, Mediterrâneo (Quetzal, 2016), que recebeu o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa e foi publicado em Espanha, Itália, França, Polónia, Egito, Grécia, Sérvia e Estados Unidos, onde recebeu o Willow Run Poetry Book Award 2020; e Nómada (Quetzal, 2018), editado também em Itália, Espanha, República Checa e Egito, ao qual foram atribuídos o Prémio Livro de Poesia do Ano Bertrand e o Prémio Literário Armando da Silva Carvalho. Em 2019, publicou na Quetzal a antologia O Tempo Avança por Sílabas, obra também publicada na Croácia, Macedónia e Brasil, à qual se seguiram Movimento (Quetzal, 2020), galardoado com o Grande Prémio de Literatura dst, traduzido na Macedónia, e Aberto Todos os Dias (Quetzal, 2023). As edições italianas de Mediterrâneo e Nómada foram finalistas do Premio Internazionale Camaiore, em 2019 e 2020, respetivamente.
|| Diogo Vaz Pinto argumenta que Mediterrâneo, o livro de JLBG publicado em 2016, não desilude porque é uma poesia a que, antes de mais, falta a capacidade de ilusão:
Nos versos de João Luís Barreto Guimarães as coisas aparecem como se ali tivessem encalhado, presas de uma atenção meticulosa, de aranha, alimentando-se com uma paciência funesta. Há algo de ardiloso no seu modo de tecer o discurso, na fábrica dos versos, nos seus apelos, mas é a própria noção do poema e do que lhe concerne que se torna algo perniciosa.
Crítica aqui.
|| A exposição Xilogravura e Literatura de Cordel, um traço da literatura popular nordestina, com curadoria de Milla Pizzignacco e a exibição mais de uma centena de folhetos de poetas como Leandro Gomes de Barros, Abraão Batista, Luiz Gonzaga de Lima, Janduhi Dantas, Davi Teixeira, entre outros, e xilogravuras de Ademilson Rodrigues, Mestre J. Borges, Jefferson Campos, Marcelo Soares, Nireuda Longobardi e Pita Paiva, está patente na Biblioteca de Alcântara, em Lisboa, até ao dia 30 de dezembro de 2022.
|| Página das Trovadoras Itinerantes, dupla de multiartistas e investigadoras da tradição oral – contos, música, concertos, teatro e formação –, que percorrem o mundo a contar e a ouvir histórias e canções da tradição oral dos seus povos. Um projeto que chegou do Brasil em 2013, tem percorrido países como Espanha, França, Países Baixos e que encontrou pouso fértil em terras portuguesas, onde residem atualmente. Nele, as multiartistas, escritoras e investigadoras Josy Correia e Luciana Costa realizam coletas etnológicas, publicações literárias, formações artísticas, sessões de contos, música e artes cénicas de modo criativo, interativo e divertido, com concertos e espetáculos para todas as idades.
|| A escritora brasileira Nélida Piñon, que deixou recentemente de estar entre nós, fica para a história como a primeira mulher a presidir à Academia Brasileira de Letras. A sua biblioteca, de mais de oito mil volumes, foi doada ao Instituto Cervantes do Rio no final de 2021, dando origem à Biblioteca Nélida Piñon nesse local. Neste artigo, do jornal Globo, de 17 de junho, ficamos a saber que
Ainda criança, Nélida Piñon criou sua biblioteca. Literalmente: a menina escrevia histórias em folhas avulsas e costurava-as, montando “livros” que guardava carinhosamente na estante. Logo viriam obras de outros autores: edições do gibi “O Tico-Tico”, almanaques de curiosidades que ganhava no final do ano, obras de Machado de Assis apresentadas pelo pai. Quando Nélida tinha 12 anos, aliás, Lino Piñon abriu para a filha uma conta na livraria Freitas Bastos, no Largo da Carioca. Toda a semana, ela ia de Vila Isabel até o Centro do Rio para escolher um livro (“às vezes, dois”, confessa).
— Nunca meu pai nem minha mãe fiscalizaram o que comprei, se era livro proibido, erótico, pornográfico, nada. Foi um privilégio terem essa visão progressista, queriam que eu fosse uma menina culta— conta Nélida, 85 anos, escritora traduzida em mais de 30 idiomas, com uma obra que contempla conto, romance, crônica, memória e ensaio.
|| Um podcast por semana.
- Livros para Ouvir: um podcast dedicado à produção e divulgação de audiolivros em português.
- A Vida Secreta das Línguas: um canal em que Marco Neves conversa sobre a nossa língua, as guerras em redor das palavras, os idiomas escondidos nos recantos mais insuspeitos do mundo, os sistemas de escrita por decifrar, as palavras que viajam de língua em língua – segundo as suas próprias palavras.
- Dias Úteis: um poema lido todas as manhãs, de segunda a sexta.
- Royale Without Cheese: jovens cineastas discutem cinema. No episódio 17, por exemplo, estudam as mentes peculiares de Nicolas Cage e Werner Herzog olhando para o filme Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans: iguanas simbólicas, ameaças a velhotas e almas a fazerem breakdance são apenas uma parte do que torna este filme tão estranho e difícil de explicar.
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Cânone Acidental
|| O poema “Êxtase de Santa Teresa”, de João Luís Barreto Guimarães, do livro Mediterrâneo (Guimarães, João Luís Barreto (2016). Mediterrâneo (pp. 53-54). Quetzal):
Eu peço
imensa desculpa cardeal Federico Cornaro mas
cuido que Gian Lorenzo Bernini
o enganou. Se não o Mestre que explique
(como lhe aprouver melhor) a
face de gozo da Santa (o
corpo lançado para trás o
hallux semiflectido os olhos semicerrados) já nem
falo
desse anjo trespassando a seta em fogo
com o riso atrevido de um cupido consolado –
se é isto o amor divino eu quero ser querubim
a menos que (Excelência:) Vossa
Excelência confesse que ordenou a obra assim
(o pecado mascarado pelos excessos do Barroco
algo difícil de ver numa igreja calvinista)
nesse caso (Excelência:) não
sei qual julgar maior se o
lento gozo da Santa (largada a tal entrega) se a
nossa inveja pelo tempo que ela já leva daquilo –
os lábios entreabertos de metafísico amor
preenchendo (Excelência:) o
espaço interior do vazio
prolongando (Excelência:) o grito
da
doce
dor.
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Ex-citações
|| «No momento presente, em que a grande questão que se coloca – não
apenas aos professores de língua e de literatura, mas a toda a Escola, em
Portugal e em muitos outros países… – é a de como promover, num sistema
massificado, uma aprendizagem que se eleve acima dos padrões da
cultura de massas, há que procurar redefinir o lugar e o papel da língua e
da literatura, centrando-nos no essencial. E sem perder a consciência viva
de que essa tarefa é cada vez mais complexa, dependente de quem a atualiza
em contextos particulares e, portanto, geradora de riscos e de efeitos
perversos.»
Amor, Emília (2022). Didática do Português. Sinais de um percurso de vida (p. 198). Fundação Manuel Leão / APP.
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|| Caixa de sugestões: envie para esta caixa de sugestões as suas propostas, ideias, preocupações e sugestões sobre a atividade da APP e aquilo que a direção pode fazer para melhorar o trabalho da associação e responder de forma mais pertinente às necessidades dos nossos sócios. Muito obrigado!
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O Boletim dos Sócios APP pode ser visualizado na seguinte hiperligação.
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