Ciclo Camiliano

INSCRIÇÕES ABERTAS Formadora: Conceição Pereira Oradores convidados: André Corrêa de Sá, Cristina Sobral e João Paulo Braga Modalidade: Ação de curta duração / a distância [plataforma Zoom da APP] Número de horas: 4,5 horas Destinatários: Professores dos grupos 110, 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330, 340 e 350 (n.º 1 do art. 8.º e art. 9.º do RJFCP) e público em geral Datas e horários: Quintas-feiras, dias 13, 20 e 27 de novembro de 2025, 18h00 - 19h30 Inscrição obrigatória. Participação grátis, se não pretender certificado de formação. Custo da ação: sócia(o)s da APP: 15€ ; não sócia(o)s: 30€; estudantes: 5€ Organização: Projeto Anuário (Grupo 1 – Literatura e Cultura Portuguesas, do CLEPUL), Centro de Língua Portuguesa da Universidade de Newcastle – Camões IP e Associação de Professores de Português.

 

 

Descrição

Para assinalar o bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, o Grupo 1 – Literatura e Cultura Portuguesas do CLEPUL (FLUL), o Centro de Língua Portuguesa da Universidade de Newcastle – Camões IP e a Associação de Professores de Português promovem um ciclo de três conferências online, para as quais convidaram André Corrêa de Sá (University of California – Santa Barbara), Cristina Sobral (Universidade de Lisboa) e João Paulo Braga (CEFH-Universidade Católica Portuguesa).

 

Objetivos

Divulgar e revisitar o legado de um dos maiores escritores da literatura portuguesa.

Promover a obra de Camilo Castelo Branco junto dos leitores do século XXI.

Aprofundar os conhecimentos sobre o escritor para fins educativos.

 

Conteúdos

13 de novembro

Admirar Camilo

O melhor leitor de Camilo Castelo Branco será, talvez, aquele que ainda não leu nenhum dos seus livros. Esse leitor tem uma vantagem sobre os admiradores de Camilo: não está condicionado pela imagem que a tradição — e tudo o que se escreveu sobre o mestre de Seide — cristalizou em torno do autor. Partindo deste pressuposto, o objetivo desta palestra é mostrar que ensinar Camilo talvez signifique, antes de mais, resgatar o momento inaugural da literatura — aquele instante em que um leitor, por si mesmo, descobre um escritor que ainda não conhece, sem intermediários nem reverências.

 

20 de novembro

Os Romances de Camilo Pelas Suas Mãos

Os manuscritos autógrafos de Camilo revelam-nos a forma como o escritor concebia e criava os seus romances. Veremos algumas imagens de manuscritos e analisaremos o que eles nos podem contar acerca desse processo criativo.

 

27 de novembro

No Bom Jesus do Monte: Romantismo e Paródia

Em 1864, Camilo publicou No Bom Jesus do Monte, obra de caráter memorialístico e autobiográfico, na qual o autor evoca cronologicamente e em registo emotivo a relação afetiva com esse espaço, desde a primeira vez, ainda criança, que o visitou até ao presente da escrita. O tom romântico predominante é, no entanto, entrecortado por irrupções de antirromantismo, nomeadamente na narrativa apresentada no capítulo correspondente ao ano de 1852. Sob o signo de Cervantes, Camilo subverte, com humor, os códigos do romantismo, numa narrativa amorosa entretecida de uma referencialidade muito precisa, retratando com realismo os elementos espaciais que lhe servem de cenário.

 

Bibliografia

Braga [Correia da Silva], João Paulo, Retórica da Ficção: A Construção da Narrativa Camiliana, tese de doutoramento, Universidade Católica Portuguesa, 2011.

Disponível em: https://pt.scribd.com/document/389700485/Tese-Doutoramento-Retorica-da-Ficcao-J-Paulo-Braga-pdf

Cabral, Alexandre, Dicionário de Camilo Castelo Branco, 2.ª ed., revista e aumentada, Lisboa: Caminho, 2003.

Coelho, Jacinto do Prado, Introdução ao Estudo da Novela Camiliana, 2.ª ed., refundida e aumentada, Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1982 (1.º vol.), 1983 (2.º vol.).

Lopes, Óscar, Ensaios Camilianos, Porto: Fundação Engenheiro António de Almeida, 2007.

Marinho, Maria de Fátima, Camilo Castelo Branco e a Atração dos Abismos, Vila Nova de Famalicão: Casa de Camilo/Centro de Estudos Camilianos, 2022.

Martins, Serafina, Cristina Sobral e Carlota Pimenta (org.), Camilo Castelo Branco: Génese e Recepção, Lisboa: Bertrand Editora, 2023.

 

 

Informações sobre os oradores

André Corrêa de Sá

André Corrêa de Sá é professor Associado no Departamento de Espanhol e Português da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara. A sua investigação e docência incidem sobre os estudos literários e culturais afro-luso-brasileiros. É autor de Depressão e Psicoterapia em António Lobo Antunes: Qualquer coisa que me ajude a existir (LeYa/Texto, 2019), Livros que respiram: pensamento ecológico e solidariedade nas literaturas em português (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2021) e Ecofagias I. Portugal (Gradiva, 2023).

 

Cristina Sobral

Cristina Sobral é Professora Associada na Faculdade de Letras de Lisboa e investigadora no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (Grupo Filologia). É especialista em Crítica Textual, Crítica Genética e História do Livro. Tem publicados vários trabalhos sobre o processo de transmissão de textos medievais e sobre o processo de escrita criativa em autores do séc. XIX, nomeadamente Camilo Castelo Branco. É autora de edições críticas publicadas pela Imprensa Nacional: O Demónio do OuroHistória de Gabriel Malagrida (em co-autoria), Coração, Cabeça e Estômago (em co-autoria) e O Romance dum Homem Rico.

 

João Paulo Braga

Docente da Escola secundária Camilo Castelo Branco (V.N. Famalicão), é membro integrado do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais – Universidade Católica Portuguesa) e tem desenvolvido trabalho de investigação literária, com especial incidência na obra de Camilo Castelo Branco, sobre a qual defendeu tese de doutoramento em 2011, na Universidade Católica Portuguesa. A sua colaboração com o Centro de Estudos Camilianos tem resultado na edição de textos de Camilo e na produção e edição de estudos sobre o romancista de Seide, nomeadamente as Obras de Camilo (oito volumes), da editora Glaciar, e o volume Revisões do trágico em Camilo Castelo Branco (2024). É formador acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, ministrando ações de formação sobretudo no centro de formação da Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática.