Destaques do Ciberdúvidas – 14.2.25

O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, que comemorou em janeiro 28 anos de serviço público gratuito e sem fins lucrativos, responde a questões e presta informações a todos os que querem saber sempre mais sobre a língua portuguesa – o idioma oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Esta semana destacamos dois artigos, um destaque da Montra de Livros, quatro respostas na rubrica «Consultório», a rubrica «O Ciberdúvidas Vai às Escolas» e a rubrica «Ciberdúvidas Responde».

Na rubrica Artigos, destacamos dois textos:

i. O artigo «Pronomes – Equívocos com senhora, tu e se», em que a escritora Maria do Rosário Pedreira reflete sobre as várias queixas que recebeu por ter escrito no blogue Horas Extraordinárias que «uma pessoa que escrevia (e que eu publicara) era extremamente jovem mas «uma senhora escritora»; como essa pessoa era não-binária, levei nas orelhas da Comissão de Igualdade de Género por lhe chamar «senhora» quando na verdade estava a fazer-lhe um elogio. Mas, como um problema nunca vem só, descobri uma das queixosas num vídeo em directo a acusar-me de ter usado «o pronome senhora». Só que senhora é substantivo, e não pronome…

É o que temos e os pronomes estão mesmo pelas ruas da amargura…». Artigo aqui.

ii. O artigo «Sarampo sarampelo, sete vezes vem ao pelo», em que se discute o significado de um ditado no campo da saúde, a partir de uma crença popular que a medicina veio a demonstrar ser falsa – apesar de haver um fundo de realidade. O texto de Carla Marques pode ser lido neste linque.

 

 

Na Montra de Livros, Carlos Rocha destaca neste artigo a revista elinUP, n.º 2, vol. 13 – Revista Eletrónica de Linguística dos Estudantes da Universidade do Porto, cujo último número pretende divulgar alguns dos trabalhos de investigação que têm sido conduzidos por estudantes de linguística. Carlos Rocha salienta, entre outros, uma entrevista ao professor universitário Tjerk Hagemeijer, que tem realizado trabalho de investigação sobre os crioulos de base lexical portuguesa, nomeadamente os do golfo da Guiné, e as variedades do português em África, e «o artigo “Tradução Automática versus Tradução Humana: o caso da homonímia e homografia portuguesas”, da autoria de Margarida Silva e Raquel Moreira. Neste trabalho, são explorados casos de palavras homónimas e homógrafas em português cuja tradução em inglês, realizada por ferramentas de tradução automática, parece não ser satisfatória nem suficiente sem a intervenção de um tradutor humano, sendo flagrante que as palavras homógrafas são as que mais erros apresentam na tradução entre as duas línguas.»

 

 

Na rubrica Consultório, que permite que os consulentes façam perguntas aos especialistas do Ciberdúvidas – mas verificando primeiro se não existe já uma pergunta que tenha sido feita anteriormente e que responda a essa dúvida –, destacamos, esta semana, quatro questões:

i. Uma pergunta sobre «Caio e Gaio», cuja resposta, que pode ser lida aqui, explica por que razão o nome latino Caius tem duas traduções em português, na variedade europeia e na brasileira.

ii. Uma pergunta sobre «O nome pessoa com modificador», cuja resposta, que pode ser lida neste artigo, esclarece se o constituinte «da comarca de arredores», na frase «E recolheram-se dentro à cidade pessoas da comarca de arredores.», pode ser considerado complemento do nome pessoas. A explicação mostra que o nome pessoas é um nome autónomo, o que significa que não pede um argumento que complemente a sua significação.

iii. Uma pergunta sobre «O uso nominal de querer», numa frase como «A Atena [nome de um cão] anda cheia de quereres!». A resposta pode ser lida aqui.

iv. Uma pergunta sobre o complemento do nome «viagem de avião», na frase «Nas últimas férias, fiz a minha primeira viagem de avião». A explicação de que o constituinte «de avião» desempenha, na frase apresentada, a função de complemento do nome viagem pode se consultada neste artigo.

 

 

No âmbito da intenção de alargamento da ação do Ciberdúvidas nas redes sociais, foi lançado, como os sócios da APP já sabem, O Ciberdúvidas Vai às Escolas.

Este novo projeto leva o Ciberdúvidas às escolas onde se ensina a língua portuguesa, em Portugal e no mundo. Aí, de forma presencial ou à distância, um consultor do Ciberdúvidas esclarece, ao vivo e em direto, as dúvidas que os alunos têm relacionadas com questões gramaticais.

Estas sessões são gravadas em formato vídeo e serão divulgadas, posteriormente, nas redes sociais do Ciberdúvidas, no formato de vários pequenos vídeos (ou reels), que dão a conhecer o esclarecimento dado a cada uma das dúvidas apresentadas, de modo a que outros alunos e professores possam ter acesso aos conhecimentos envolvidos, para esclarecer dúvidas ou sistematizar conhecimentos.
As escolas interessadas em participar neste projeto, recebendo o Ciberdúvidas presencialmente ou à distância, poderão contactar os responsáveis pelo projeto por correio eletrónico: ciberduvidas@iscte-iul.pt

Esta semana, destacamos o vídeo 17 com a resposta à dúvida colocada por uma estudante da Escola Secundária Fernando Namora (Condeixa-a-Nova): Qual a forma certa: «Meio-dia e meia» ou «meio-dia e meio»?

A resposta, dada pela consultora Carla Marques, pode ser consultada neste vídeo.

 

 

Na rubrica Ciberdúvidas Responde, destacamos, no episódio 22, a resposta à seguinte questão: Qual é a expressão correta: «vou-vos contar uma história» ou «vou contar-vos uma história»?

Assista a este vídeo para saber a resposta, dada por Carla Marques, que invoca a tradição normativa e as respostas dadas pelas gramáticas contemporâneas.

 

 

Mais informações e imagem aqui.