Revisão das Aprendizagens Essenciais

A APP enviou, no dia 7 de fevereiro, à DGE, uma proposta de revisão das Aprendizagens Essenciais (AE) de Português, Português Língua Não Materna, Literatura Portuguesa, Clássicos da Literatura e Literaturas de Língua Portuguesa.

A proposta de revisão, feita em conjunto com a ANPROPORT, num tempo escassíssimo, procurou:

i. Corresponder ao que a DGE tinha solicitado, especificamente indicado no «Documento Orientador para a revisão / atualização das Aprendizagens Essenciais» que foi entregue às associações na reunião de 9 de janeiro de 2025 e em que é referido que «a melhoria estrutural da aprendizagem dos alunos é uma prioridade, pelo que o cumprimento deste objetivo assenta, em parte,  na necessidade de revisitar os documentos curriculares em vigor», sendo especificado que se tornou «evidente a necessidade de maior clareza e precisão na definição das aprendizagens a concretizar» e que «é essencial garantir que os documentos orientadores explicitem de forma inequívoca quais os conhecimentos, capacidades e atitudes que os alunos devem adquirir».

ii. Foi tido em conta e verificado (e proposta alteração no caso de tal não se verificar) o que é indicado nesse referido documento de 9 de janeiro de 2025 (páginas 2 e 3), a saber:

a. o que o aluno vai aprender (que tem de figurar na coluna 2, a dos conhecimentos, capacidades e atitudes);

b. metodologias e abordagens didáticas que devem ser privilegiadas (que figuram na coluna 3);

c. coerência e sequencialidade vertical;

d. clareza do enunciado (evitando a ambiguidade / vagueza dos descritores);

e. conteúdos indispensáveis (coluna 2);

f. processos cognitivos a ser ativados (coluna 2);

g. necessidade de retirar conteúdos (a necessidade de acrescentar conteúdos não foi considerada nesta revisão, dada a exigência de respeito pelos manuais existentes e a própria extensão das AE);

h. articulação horizontal ou vertical das AE;

i. verificação, na coluna 3, se os exemplos aí referidos estão orientados para a consecução dos elementos da tríade «conhecimentos, capacidades, atitudes» (da coluna 2).

iii. Nas Aprendizagens Essenciais, na coluna 2, estavam indicados os conteúdos (conhecimentos). Mas verificou-se que estes conhecimentos por vezes apareciam repetidos na coluna 3 (a das estratégias), o que é lógico, pois, ao especificarem-se as estratégias, por vezes há a necessidade de se referirem especificamente os conteúdos da coluna 2. O problema é que havia conhecimentos, capacidades e atitudes referidos na coluna 3, mas que não estavam referidos na coluna 2.

 

Assim, foi necessário uniformizar e colocar na coluna 2 alguns conhecimentos, capacidades e atitudes que estavam na coluna 3, mas não na coluna 2. Na maior parte das situações, o que foi acrescentado na coluna 2 foram precisamente esses conhecimentos, capacidades ou atitudes que estavam referidos na coluna 3, mas não na 2.

Deste modo, os conhecimentos, as capacidades e as atitudes propriamente ditos figuram todos na coluna 2. Na coluna 3, estão as estratégias.

Conclusão: assim, alunos e pais ficam a saber bem o que é que os alunos devem aprender (coluna 2) e como podem aprender (coluna 3).

 

Na mensagem enviada à DGE, foi sugerido que estas novas Aprendizagens Essenciais de Português fossem organizadas materialmente por ciclos (1.º ciclo, 2.º ciclo, 3.º ciclo e secundário), constituindo-se 4 documentos em vez de 12. O texto introdutório é praticamente o mesmo em cada um dos anos de cada ciclo, e seguir-se-iam os respetivos anos de escolaridade. Com esta reorganização, haveria a vantagem de os professores poderem ver simultaneamente o ano que estão a lecionar e os outros do mesmo ciclo de estudos dos alunos.

 

Por outro lado, a APP insistiu que gostaríamos, numa próxima oportunidade, de introduzir propostas que nos parecem importantes por refletirem algumas das preocupações manifestadas pelos professores e expressas no parecer da APP, introduzindo um maior rigor em alguns conceitos e, entre outros, um conjunto de estratégias que permitam que os alunos leiam e escrevam mais nas aulas de Português. Mas estas propostas exigem mais tempo para uma reflexão conjunta mais aprofundada, o que não foi possível agora, dada a escassez de tempo e o grande número de disciplinas e de ficheiros a rever. Do ponto de vista da disponibilidade de tempo, esta revisão das AE acabou por ser, num certo sentido, uma oportunidade perdida.

 

Estamos, por isso, disponíveis para um aprofundamento do trabalho realizado, que nos parece necessário, importante e pertinente – se houver abertura para isso da parte da DGE, durante este ano letivo.

 

 

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