Os vencedores podem ser consultados aqui.
O vídeo final pode ser visto aqui.
As Olimpíadas são um projeto iniciado na Direção-Geral da Educação (DGE), no ano letivo de 2012/2013, em parceria com o Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa (AE Aurélia de Sousa) e a Associação de Professores de Português (APP), tendo em vista incentivar o bom uso da língua portuguesa pelos alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário.
Este projeto alargou-se a nível nacional, a partir de 2014/15, e passou a ter como entidades parceiras, nos anos seguintes, a DGAE, o Plano Nacional de Leitura (PNL), a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) e a Escola Secundária de Camões.
Em 2015/2016, participaram, pela primeira vez, as Escolas Portuguesas no Estrangeiro (EPE).
Na 10.ª edição, em 2023, o concurso contou, pela primeira vez, com a realização de uma 3.ª fase, a qual visa o desenvolvimento de competências nucleares associadas à língua portuguesa, em domínios específicos, designadamente no que diz respeito à oralidade.
A edição de 2024 foi a primeira organizada pela APP, com o apoio de todos os parceiros. A edição deste ano, que se conclui formalmente agora, contou, na 1.ª fase, que teve lugar no dia 14 de janeiro, com a participação de 13212 alunos, de 193 agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas. Participaram alunos do continente, dos Açores, da Madeira e das Escolas Portuguesas no Estrangeiro em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau e S. Tomé e Príncipe – e, pela primeira vez, de uma Escola Europeia. Neste caso, no Luxemburgo, num projeto piloto que poderá ser alargado a mais escolas no próximo ano letivo. Para a segunda fase, foram apurados 76 alunos do escalão A (ensino básico) e 107 alunos do escalão B (ensino secundário). Nesta terceira fase, participaram 46 alunos de todo o país, incluindo dois alunos da Madeira, 25 dos quais do básico e 21 do secundário, 20 rapazes e 26 raparigas.
As XII OLP realizam-se no ano em que ainda celebramos os 500 anos do nascimento de Camões e em que comemoramos os 51 anos do 25 de abril de 1974. Este cruzamento entre o nascimento da liberdade e o cunho moderno que deu Camões à língua portuguesa é particularmente simbólico da importância de conhecermos bem e celebrarmos o bom uso da língua portuguesa nestas OLP, no mesmo mês em que se celebrou, na segunda-feira, no dia 5 de maio, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que é uma das línguas mais faladas no mundo, uma língua global de ciência, cultura, economia, diplomacia e paz, sendo uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União Africana e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. É também utilizada como língua oficial, de trabalho e documentação, em mais de duas dezenas de organismos multilaterais ou regionais, incluindo as Nações Unidas, segundo dados do portal Eurocid.
Na Antologia que os alunos receberam, podemos ler que o poeta Herberto Helder (em «escrevi um curto poema trémulo e severo», 2014, p. 70) fala sobre a língua que alimenta a «densa delicadeza dessas linhas» de um poema, esse organismo mais complexo que tudo o que existe (em «Nada pode ser mais complexo que um poema», 2014, p. 71), e fazer isso «apenas com palavras» e com «movimentos milagrosos de míseras vogais e consoantes» (id., ibid.), nem que seja para dar a ver «Meu pai a erguer uma videira/ Como uma mãe que faz a trança à filha.», como diz Torga, em “Bucólica” (1937, p. 42) ou ser mesmo «alimento» e levar a poeta Maria Teresa Horta, recentemente desaparecida [4.2] a tornar-se «alumbramento» [dar luz a, iluminar, deslumbrar] (2017, p. 81).
É esta a beleza da língua portuguesa e o poder da palavra, em particular quando é escrita pelos nossos melhores poetas e escritores. E é também isso que celebramos nas XII OLP e nesta festa da língua portuguesa, porque é aí ‘onde afinal pode acolher-se um fraco humano’ quando ‘se arma e se indigna o Céu sereno/ Contra um bicho da terra tão pequeno’, para parafrasear livremente o comentário que Camões faz no final do Canto I da sua epopeia.
Muito obrigado a todos os monitores da Câmara Municipal de Leiria e às alunas voluntárias da ESECS de Leiria, sem os quais estas Olimpíadas não poderiam ter tido o sucesso e a qualidade que tiveram!
Muito obrigado a todos os professores que participaram no júri e cujo contributo e rigor do trabalho foram decisivos para que tudo corresse bem, contribuindo decisivamente para o sucesso desta fase final e para mantermos a qualidade destas Olimpíadas, tal como aconteceu com as anteriores edições, e para tornarmos possível uma festa que leva tantos jovens a amarem e a cuidarem da língua portuguesa, a lerem mais e a escreverem mais e melhor, conhecendo alguns dos nossos melhores poetas e escritores.
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